quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Jovens realizam ações de prevenção ao HIV durante Dia Mundial de Luta contra Aids

Por Karol Assunção- Jornalista da Adital


Ao que tudo indica, o Dia Mundial de Luta contra Aids, celebrado nesta quinta-feira (1°), será movimentado e com intensa participação dos jovens. Como nos anos anteriores, organizações sociais e governamentais aproveitam a data para chamar a atenção da sociedade para as formas de prevenção e de tratamento.

No Brasil, por exemplo, a ONG Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+) realizará amanhã (1°) ações de combate ao preconceito e à discriminação de pessoas que vivem com HIV/Aids. As atividades ocorrerão no Recife, capital do estado de Pernambuco, com a distribuição de kits de prevenção com preservativos e materiais informativos.
Os integrantes da entidade ainda entregarão panfletos sobre a campanha contra a discriminação de pessoas com HIV/Aids. O material apresenta a pergunta: Como você gostaria de ser tratado se tivesse HIV? seguida da mensagem: Trate as pessoas do jeito que você gostaria de ser tratado. As ações prosseguirão com apresentações teatrais sobre a temática. Nos dias 9 e 12, Recife ainda sediará dois seminários destinados a profissionais do sexo sobre doenças sexualmente transmissíveis, sexo seguro e direitos previdenciários.

Na Argentina, jovens e adolescentes da ONG Sexualidade Responsável promoverão a campanhaUsa preservativo... para que não dê positivo na rua Eva Duarte de Perón, em Monte Caseros, departamento de Corrientes, com a entrega de preservativos e panfletos. Os jovens ainda instalarão um stand na Plazoleta Juan XXIII para entregar materiais informativos e tirar dúvidas sobre o assunto. A distribuição de panfletos e preservativos também se dará no bairro La Esperanza, na cidade de Mendoza, ação promovida pelo grupo "Jovens pela Saúde de Mendoza”.
Mexicanos e mexicanas também se preparam para realizar ações contra a epidemia. No próximo sábado (3), realizarão o Pride Runners 2011, evento de corrida esportiva que tem como objetivo ajudar entidades que lutam contra o HIV/Aids. No México, 20% do valor da inscrição da corrida será destinado à Casa de la Sal, organização que apoia pessoas que vivem com HIV/Aids.
Em outros países, as atividades já começaram. Como é o caso de El Salvador, onde 15.169 jovens tiveram capacitações sobre a prevenção de HIV/Aids no marco da primeira fase do "Projeto de Saúde Integral”. Os participantes receberam certificados de capacitação no início deste mês.
HIV/Aids



Um informe divulgado neste ano pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS, por sua sigla em inglês) revelou que as novas infecções de HIV anuais diminuíram 21% entre os anos de 1997 e 2010 no mundo. O relatório - denominado Como chegar a zero: Mais rápido. Mais inteligente. Melhor - destaca que o número de pessoas que morreram por causas relacionados à Aids reduziu a 1,8 milhões.

De acordo com o estudo, aproximadamente 34 milhões de pessoas viviam com HIV no final de 2010. Número 17% maior que o registrado em 2001. A cifra mostra que a quantidade de novos casos de HIV ainda é alta - apesar de ter diminuído 15% em relação ao ano de 2001 – e que as pessoas portadoras do vírus estão conseguindo viver durante mais tempo.
"Desde 1995, tem-se evitado um total de 2,5 milhões de mortes em países de rendas baixas e medianas devido ao tratamento antirretroviral que se introduziu, segundo os novos cálculos de UNAIDS. Grande parte desse êxito provém dos últimos dois anos, quando se produziu uma rápida ampliação do acesso ao tratamento; só em 2010, foram evitadas 700.000 mortes relacionadas à aids”, informa.


O relatório aponta que o HIV na América Latina segue em nível estável. A quantidade de novas infecções segue em torno de 100 mil por ano desde 1996 e o número de pessoas que vivem com o vírus na região aumentou principalmente devido a redução de mortes anuais por causas relacionadas ao HIV/Aids.

No Caribe, a epidemia segue em queda. "Na República Dominicana e na Jamaica, a incidência do HIV se reduziu 25%, enquanto que Haiti diminuiu aproximadamente 12%. A desaceleração da incidência do HIV e o acesso cada vez maior aos serviços de prevenção do HIV para as mulheres grávidas têm conduzido a uma marcada diminuição no número de crianças com novas infecções pelo HIV e nas mortes relacionadas à Aids entre crianças”, destaca.

FONTE
Adital - Jovens realizam ações de prevenção ao HIV durante Dia Mundial de Luta contra Aids

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Página na internet para denúncias

Durante a audiência pública do día óntem -sobre o ECA - e efetuada na Cámara de Deputados, foi lançado um novo instrumento de denúncia que está disponível na página da Comissão de Direitos Humanos na internet. Ao entrar no site, qualquer pessoa pode fazer denúncias de páginas da internet que contêm pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida, xenofobia, neonazismo, intolerância religiosa, homofobia e tráfico de pessoas.

O diretor de Prevenção da associação civil SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm, explica como funciona a ferramenta de denúncia. "De forma completamente anônima, basta copiar o endereço da página [que será denunciada] e colar no formulário. Imediatamente, todas as informações ficam registradas e são encaminhadas para a Polícia Federal, dentro de uma cooperação que existe entre a SaferNet, a Secretaria de Direitos Humanos e a Polícia Federal, e que agora ganha como aliado importantíssimo a Comissão de Direitos Humanos aqui da Câmara dos Deputados."

A deputada Manuela d'Ávila ressaltou que a ferramenta vai unificar as denúncias que eram recebidas pela Comissão de Direitos Humanos de forma dispersa.

sábado, 16 de julho de 2011

"Bullying é problema de saúde mental", diz pesquisadora

Apesar de ocupar recente destaque na mídia, o bullying é um fenômeno antigo. Data do início dos anos 80 um dos primeiros estudos sobre o assunto, de autoria do professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, Noruega. Ele investigava o caso de três jovens com idades entre 10 e 14 anos, que haviam cometido suicídio em 1982, como resultado da agressão de um bully – quem pratica o bullying.

Quase 20 anos depois, os resultados das agressões continuam tendo o mesmo fim e por este motivo o assunto tem preocupado além de pais, professores e profissionais, autoridades que buscam nas políticas públicas tentar coibir a ação dos chamados "valentões".

"Existe uma relação entre saúde mental e bullying. Sejam os jovens agressores, vítimas, os dois (quando sofrem e praticam bullying) ou espectadores, sabemos que em muitos casos, a depressão e a ansiedade podem ser co-ocorrência de problemas. Eu sempre avalio para depressão e ansiedade quando estou trabalhando com os jovens que estão envolvidos em bullying. Bullying é um problema de saúde mental", afirma Susan Swearer, professora na Universidade de Nebraska, nos EUA, e autora de diversos estudos sobre o tema.

De acordo com a psicóloga, o fenômeno varia de acordo com o local onde ocorre. Isto sugere que existam condições psicológicas e sociais que favorecem a ocorrência deste tipo de agressão. "Estou cada vez mais convencida de que o bullying é um problema socioecológico e que o indivíduo, a família, os pares, a escola, a comunidade e todos os fatores sociais influenciam ou não sua ocorrência".

Neste sentido, para a autora, as intervenções devem ser elaboradas com base em dados coletados nos locais onde ocorrem. "As intervenções devem se basear em evidências. O que pergunto a alunos, pais e educadores é: Quais são as condições em sua escola (família, comunidade) que permitem a ocorrência deste tipo de agressão? Na resposta encontramos as áreas que devemos abordar em uma intervenção. Já que o fenômeno varia, cada local deve ter seus próprios dados para planejar intervenções eficazes, a fim de mudar as condições que estão alimentando o bullying em sua própria escola e comunidade".

Falta de padrões dificulta identificação de agressor e vítima

Segundo Susan, não existe um perfil padrão de quem será um possível bully. "Se as condições ambientais são favoráveis, então qualquer um pode ser um bully. A mãe de uma menina vítima de bullying que cometeu suicídio me disse que as garotas que agrediam sua filha eram apenas ‘crianças normais’. As condições naquela escola e naquela cidade eram um campo fértil para agressores".

A pesquisadora aponta que existe uma dinâmica entre bullying e vitimização. De acordo com um de seus estudos, crianças que sofrem bullying em casa de seus irmãos ou parentes são mais propensas a serem bully na escola. "O que sabemos é que, se não tratadas, as crianças aprendem que praticar bullying é uma forma eficaz de conseguir o que se quer. E é provável que continuem com este comportamento na idade adulta. Assim, é fundamental intervir e parar o bullying durante os anos em idade escolar".

Da mesma forma, não existe um perfil das crianças mais propensas a cometer suicídio como resultado do bullying, por exemplo. "No livro Bullycide in America (‘Bullycídio na América’, 2007), mães de crianças vítimas de bullying que haviam cometido suicídio compartilham suas histórias e todas são diferentes. Em comum, apenas o trágico desfecho". Segundo Susan, existe uma conexão entre sofrer bullying e desenvolver depressão, e a depressão é um fator de risco para o suicídio. "Desta forma, pais e educadores devem prestar atenção em crianças com sinais e sintomas de depressão".

Tecnologia impacta bullying de forma negativa

"Computadores, telefones celulares, sites e redes sociais são condições que permitem que o bullying ocorra. O que antes se limitava a um encontro cara a cara e em locais específicos, agora pode acontecer durante 24 horas, sete dias por semana". Uma maneira indicada por Susan de proteger as crianças é limitar ou monitorar o uso destas tecnologias. "Eu pergunto aos pais: você deixaria sua filha de 12 anos andar sozinha por um beco escuro? Então, por que a deixa usar o computador e mandar mensagens de texto sem acompanhar?". Para a psicóloga, pais e filhos não conseguem perceber o lado negativo da tecnologia e das redes sociais.

Créditos: este material aparece originalmente em inglês como Bullying: What Parents, Teachers Can Do to Stop It. Copyright © 2011 da American Psychological Association (APA). Traduzido e reproduzido com permissão. A APA não é responsável pela exatidão desta tradução. Esta tradução não pode ser reproduzida ou, ainda, distribuída sem permissão prévia por escrito da APA

Fonte :"Bullying é problema de saúde mental", diz pesquisadora

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vacina gratuita contra HPV pode ser garantida a mulheres dos 9 aos 45 anos

Vacina gratuita contra HPV pode ser garantida a mulheres dos 9 aos 45 anos

Gorette Brandão / Agência Senado
Mulheres com idade entre nove e 45 anos poderão ter o direito de receber gratuitamente a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o que prevê projeto aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta quinta-feira (30). A ideia é oferecer para a população nessa faixa etária um aliado no combate ao HPV, vírus transmitido por contato sexual que vem sendo considerado a principal causa do câncer do colo de útero.
O projeto, de iniciativa da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), foi a exame com voto favorável da relatora, a senadora Ângela Portela (PT-RR). A matéria seguirá agora para exame na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde receberá decisão terminativa . Portanto, se aprovado, poderá passar diretamente a exame na Câmara dos Deputados.
Vanessa Grazziotin observa no projeto que o câncer de colo uterino é o segundo tumor maligno de maior incidência na população feminina no país, só perdendo para o câncer de mama. Citando dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), afirma que são estimados 18.430 novos casos da doença e 4.800 mortes por ano. Além disso, observa que a maior incidência ocorre entre mulheres de baixa renda e menor escolaridade nas regiões Norte e Nordeste.
Apesar dos altos custos associados a um programa abrangente de vacinação contra o HPV, a relatora, Ângela Portela, afirma que os avanços sociais e sanitários vão superar os gastos com ampla vantagem. Atualmente, a vacina é oferecida apenas em clínicas privadas, por preços nunca inferiores a R$ 600,00 pelas três doses necessárias e que podem chegar perto de R$ 1.500,00 em alguns estabelecimentos.
No debate, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) observou que pode ser difícil assegurar a vacina a toda a população feminina, de forma imediata, em país tão grande. Porém, salientou que nada impede que a vacina comece a ser aplicada, especialmente nas regiões onde se registra a maior incidência de infecção pelo HPV.
Fonte Universidade Livre Feminista

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Gravidez na adolescência e características socioeconômicas

Cadernos de Saude Publica
Gravidez na adolescência e características socioeconômicas dos municípios do Estado de São Paulo, Brasil: análise espacial
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública comum em todo o mundo. O objetivo deste estudo ecológico é estudar o padrão espacial da associação entre os percentuais de gravidez na adolescência e características socioeconômicas dos municípios do Estado de São Paulo, Brasil. Para isso, foi utilizado um modelo bayesiano com uma distribuição espacial que segue uma estrutura condicional autorregressiva (CAR), baseado em algoritmos Monte Carlo em cadeias de Markov (MCMC). Foram usados dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Verificou-se que a ocorrência de gravidezes precoces apresentou-se maior nos municípios de menor produto interno bruto (PIB) per capita, com maior incidência de pobreza, de menor tamanho populacional, menor índice de desenvolvimento humano (IDH) e maior percentual de indivíduos com índice paulista de vulnerabilidade social (IPVS) igual a 5 ou 6, ou seja, mais vulneráveis. O estudo demonstra uma estreita associação entre gravidez na adolescência e indicadores econômicos e sociais.
veja artigo completo AQUI

Então o mundo tá cheio de pscicopatas

Então o mundo tá cheio de pscicopatas

Lola Aronovich - http://escrevalolaescreva.blogspot.comSegunda passada publiquei post sobre o terrível caso da cheerleader estuprada por um atleta. Ele, quando finalmente foi condenado (não por estupro, mas por um crime menor), não só não foi preso como teve que pagar uma fiança de 2,500 dólares. Expulsa da equipe por se recusar a torcer pelo estuprador, a vítima processou a escola. A justiça americana não só não lhe deu ganho de causa, como considerou o processo fajuto, e a multou em 45 mil dólares. Ou seja, quando a gente fala que vive numa cultura de estupro, está se referindo a todo um sistema que insiste em manter o estupro impune, a um mundo que vende imagens de estupro como se fossem glamurosas e desejáveis, e a uma sociedade que culpa a vítima, sempre. Escreva um texto sobre estupro, qualquer um. Pode ser o estupro mais escabroso possível, que sempre vai aparecer alguém pra dizer que a mulher é que quis e que é errado culpar o cara. É um paradoxo: apesar de vivermos num mundo em que um terço das mulheres já sofreu algum tipo de abuso sexual, muitas pessoas (homens principalmente) juram que estupro não existe. Quando muito, que é coisa de psicopata.

O problema é que não é. Se fosse apenas um grupinho, não seria tão difícil brecar a violência sexual. Não é o estuprador individual que é um psicopata ― é a sociedade. Veja só esses dois casos que citei do Texas, esse da cheerleader e outro de uma menina de 11 anos estuprada por dezoito rapazes. A maior parte de nós, olhando aqui de longe, imediatamente empatiza com as vítimas, certo? Mas nas cidades onde esses estupros ocorreram o que mais se ouve é “Vocês não sabem o que aconteceu, e nós sabemos. Vocês não conhecem a história toda”. E qual é a “história toda”? É que a cheerleader de 16 anos estava bêbada e já tinha beijado duas pessoas naquela festa. É que a menina de 11 se vestia como uma mulher de 20 e não era mais virgem. Essa, gente, é a história toda. Por isso essas garotas foram estupradas. Por isso nas várias Marchas das Vadias que fizemos e estamos fazendo por todo o mundo alguns slogans incluem “Beber não é crime. Estuprar é”, e “Minha roupa não é um convite para ser estuprada”.

No sábado retrasado aconteceu de novo. Um funcionário de uma boate em SP foi acusado de estuprar uma moça de 20 anos. Ela, que comemorava a formatura da irmã, estava bêbada. O estupro aconteceu no ambulatório da boate. O funcionário confirma o sexo, mas diz que foi consensual. Aí fica a dúvida: como que uma pessoa caindo de bêbada pode consentir alguma coisa? Penetrar uma mulher que está dormindo não é estupro? Que tal uma paciente em coma?

Quer dizer, essa questão do consentimento é uma das dúvidas. A outra é: imagina só que você vê uma pessoa bêbada passando mal, precisando de ajuda, que a muito custo se arrasta até um ambulatório. O que você faz? a) Você ajuda a pessoa? b) Você a estupra?

Se estupro é uma palavra muito forte, vamos imaginar que uma pessoa de repente passe mal na rua. Assim, do nada, uma pessoa desmaia na sua frente. Você a ajuda ou você aproveita para roubar-lhe os pertences? (Eu não gosto muito dessas comparações porque estupro não tem nada a ver com roubo. Estupro é um dos crimes mais hediondos que existem, e a sociedade sabe muito bem disso — tanto que é uma tática comum nas guerras).

A frequência com que mulheres bêbadas são estupradas (é um dos casos mais típicos em festas universitárias) mostra que, bem, tem muito cara que não vê mal nenhum em se aproveitar, ao invés de ajudar, uma pessoa passando mal. Todos esses caras são psicopatas? E esses aqui, que tirei (tudo sic) dos comentários da matéria do jornal online?

- “Não aconteceu nada demais! A mulher eh MAIOR DE IDADE, portanto plenamente capaz, bebeu por livre e espontanea vontade, foi pra gandaia e depois facilitou as coisas abrindo a guarda e depois de arrependeu. Agora querem prejudicar o funcionário. O único erro do cara foi ter feito isso num ambiente de trabalho. No máximo um mal procedimento.”

- “isso é classico, esquentam os caras e depois querem sair fora...”

- “desde quando ter conjunção carnal com uma moça de 20 anos é ESTUPRO DE VULNERÁVEL?”

- “È adequado uma jovem embriagar-se em simples festa de formatura da irmã? É adequado um empregado do estabelecimento descontrolar-se com isso a ponto de consumar uma violação?”

- “Tudo deve ser apurado mas muito me parece q a garota ficou doidona, ficou com vontade de dar e depois se arrependeu ...”

- “Ei, esta garota viu a novela da GROBO, 21:00, a mocinha que colocava chifre no noivo com um segurança do shopping. Era a fantasia da garota fazer o mesmo. Coitado do cara.”

- “Existe um ditado popular que diz: C... de bêbado não tem dono. Quem bebe deve sempre pensar nisso”.

- “ela bebeu e alega ter sido estuprada? pra mim parece desculpa esfarrapada dela!”

- “O IMPORTANTE É SABER se ela disse, em algum momento, NÃO (OU FEZ MENÇÃO QUE NÃO QUERIA). Caso contrário, o bombeiro está sendo acusado INJUSTAMENTE!”

Esses rapazes que comentam são todos psicopatas? Ou representam um modo de pensar que está impregnado no nosso mundo? Sabe, esse mesmo mundo em que dizem que o feminismo não tem mais razão de ser?

Pra essa gente, fazer sexo com uma mulher incapaz de consentir não é estupro. É uma oportunidade (assine a petição contra a piada rafística!). Afinal, a julgar pelo número de passadas de mão e grosserias a que uma mulher (sóbria!) está sujeita sempre que sai à rua, o corpo de uma mulher já é público. Se ela beber, então... Quem manda ela beber, não é mesmo?

Esses pensadores não estão sozinhos. Uns dez dias atrás tivemos as declarações do bispo de Guarulhos, um que acha misturar religião e política seu dever divino. Dom Luiz Bergonzini é outro que não acredita em estupro, como narra a entrevista que ele deu ao Valor:

"Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil", comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. "Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu...'", diz. "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim, do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto", diz.

O bispo é um psicopata também? Ok, não responda! Qualquer um que use o exemplo da caneta com uma pobre repórter revela total falta de empatia (assine a petição contra as declarações do bispo). Mas psicopatia é isso mesmo: é não sentir empatia pelas vítimas. Então talvez o pessoal que prega que estupro é obra de psicopata tenha razão: só psicopata estupra, e só psicopata justifica estupro. Mas como existem psicopatas neste mundo, hein?

Fonte: Universidade Livre feminista

A revolução industrial, as escolas, os trabalhadores e a mediocridade | André Faria Gomes

A revolução industrial, as escolas, os trabalhadores e a mediocridade |
André Faria Gomes

Em seu livro Linchpin, Seth Godin explica que para tornar a construção de fábricas ao redor do mundo possível, dois problemas precisaram ser resolvidos: a necessidade de trabalhadores para produzir e a necessidade de consumidores para suprir a super-produção.

A solução para resolver o problema da falta de trabalhadores foi a criação de escolas públicas, e para resolver o problema da super-produção, fomentou-se o consumismo.

Escolas são fábricas que produzem alunos em um sistema de comando e controle, explica Godin. Nas escolas, aprendemos o mindset de fábrica: seja substituível, como uma peça de uma máquina e consuma tudo o que puder, porque afinal o consumo é um atalho para a felicidade, não é?

Godin afirma é preciso que as pessoas aprendam certas coisas, mas isso isoladamente não é suficiente, é apenas um primeiro passo. A escola funcionou para criamos milhões de trabalhares de fábricas, mas
as escolas tem formado pessoas altamente consumistas, capazes somente de seguir ordens e implorando por aprovação da sociedade! São pessoas assim que precisamos na era do conhecimento? Pessoas assim que levarão a sociedade rumo ao verdadeiro progresso?

Apesar de bons professores fazerem o que podem para criar verdadeiros artistas que trabalham apaixonamente, o problema está no sistema que pune artistas e recompensa burocratas, destaca Godin. Os professores são treinados para pontuar a habilidade do aluno de se encaixar nos termos do sistema.

Linchpin por Seth Godin

Linchpin por Seth Godin

De acordo com Godin, antigamente as pessoas viviam com muito menos do que atualmente. Não tinham quartos cheios de coisas raramente ou nunca utilizadas. A idéia de hoje é simples: Se o seu vizinho ou colega de classe tem um boné, você também precisa de um. Se têm um segundo par de sapatos, você também tem que tem o seu. Em um pequeno espaço de 2 gerações criamos uma forte Cultura de Consumismo.

Você já imaginou uma escola que ensinasse as pessoas a ter iniciativa, tornarem-se extraordinárias, questionar o status-quo, e entender que o consumismo não é a resposta para os problemas sociais?

Se você está precisando de uma boa leitura e quer refletir sobre sua carreira e seu comportamento. Fica aí a dica de leitura

Emenda que defende caráter laico das escolas públicas foi a proposta mais apresentada para o PNE

Emenda que defende caráter laico das escolas públicas foi a proposta mais apresentada para o PNE

cleusa-repulhoAmanda Cieglinski - Repórter da Agência Brasil

Brasília – Das quase 3 mil emendas que o projeto de lei do novo Plano Nacional de Educação (PNE) recebeu na Câmara, a proposta para incluir no documento uma determinação que reforce o caráter laico das escolas públicas e a promoção da diversidades nos espaços de aprendizado é uma das mais fortes e aparece 17 vezes entre as alterações apresentadas pelos deputados. É a proposta campeã ao lado da expansão da rede federal de educação profissional e do aumento do financiamento a partir do estabelecimento de um valor mínimo a ser investido por aluno, o chamado custo aluno qualidade (CAQ).

"Não cabe a nós fazer juízo de valor, mas entendemos que é um ganho haver um maior número de emendas nessa direção. Quanto mais conseguirmos garantir a questão da laicidade, mais respeito vamos ter de todas as religiões. Não se pode enquadrar crianças, jovens e adultos na escola dentro de um modelo A ou B", avaliou a presidenta da União Nacional das Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho.

A entidade fez um levantamento sobre as emendas apresentadas por 87 deputados – 17% do total da Casa - e criou um sistema para classificação das propostas. No total são 1.408 emendas únicas, o que significa que quase 1,5 mil delas eram repetidas. Parte foi formulada por entidades da área como a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, da qual fazem parte cerca de 200 organizações, entre elas a Undime.

"Essa emenda que inclui no plano a questão da laicidade foi a que mais discutimos se deveríamos ou não apresentar. A partir de uma análise dos membros que fazem parte da comissão especial que analisa o plano e do próprio Congresso Nacional acreditamos que a questão da laicidade dificilmente teria adesão. Mas, surpreendentemente, vários deputados que são da bancada católica apresentaram a emenda", explicou o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.

O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), relator da proposta na Câmara, prevê que o relatório seja concluído até início de outubro deste ano para ser votado. Como ele é terminativo, será avaliado apenas pela comissão especial criada para esse fim e a princípio não vai a plenário. "Até outubro espero ter condições técnicas para apresentar o relatório. Mas precisamos ter condições políticas para votar um texto dessa envergadura que envolve um conjunto de atores e uma política que é para o país como um todo", disse o deputado.

Cleuza ressaltou que o ponto mais sensível do plano é a ampliação do financiamento. O texto enviado ao Congresso Nacional pelo Ministério da Educação prevê que seja ampliado para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) o investimento na área – hoje esse patamar está em 5%. Mas segundo os cálculos da Campanha Nacional pela Educação e de outras entidades da área, seria necessário ampliar esse percentual para 10% até o fim da década para garantir que as metas do PNE sejam cumpridas.

"Apenas 20% dos municípios tem arrecadação própria então a gente tem que levar isso em consideração já que muitas metas pressupõem a ampliação do atendimento nas escolas. E, na lógica que temos hoje de financiamento, temos um problema sério para a expansão", defendeu Cleuza.

A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, ressaltou que no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o orçamento da pasta triplicou e que o ministério já presta apoio aos municípios mais "fragilizados" economicamente. "É evidente que o MEC sempre lutará por mais recursos", afirma. Segundo ela, o número recorde de emendas que o plano recebeu surpreendeu positivamente o ministério.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: universidade Livre Feminista

quinta-feira, 16 de junho de 2011

formação em políticas públicas para a juventude


O IPJ realiza todo ano o curso BORANDÁ - formação em políticas públicas para a juventude.
Neste ano de 2011 o curso terá como tema "Políticas públicas de juventude e relações de gênero" Inscrições no link abaixo       http://www.ipejota.org.br/

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Prêmio sobre igualdade de gênero abre inscrições para estudantes

Prêmio sobre igualdade de gênero abre inscrições para estudantes

A Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal lançou nesta quarta-feira o 7° Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, que tem o objetivo de estimular estudantes da rede pública e privada a produzir textos científicos e ter uma reflexão crítica sobre as desigualdades entre mulheres e homens.
Podem concorrer alunos de nível médio, que terão de escrever uma redação; estudantes que estejam frequentando ou tenham concluído cursos de graduação, mestrado ou doutorado, que terão de redigir um artigo científico; e escolas, que deverão fazer relatos de projetos e ações pedagógicas.
Os prêmios são laptops e impressoras para os alunos de nível médio e uma quantia de R$ 5 mil a R$ 10 mil reais para as outras categorias. "O prêmio é apenas uma indução para o tratamento desses assuntos nas escolas e universidades. O nosso objetivo é que isso seja tratado no dia a dia, que haja uma reflexão de alunos e professores", disse a coordenadora-geral do Ensino Médio do Ministério da Educação, Sandra Regina.
As inscrições começam nesta quarta-feira e vão até 16 de setembro pelo site www.igualdadedegenero.cnpq.br. Quem quiser mais informações pode enviar um e-mail para os endereços eletrônicos premios@cnpq.br e mulhereciencia@spmulheres.gov.br.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Jogo online "Herotopia" quer ensinar crianças a combater o bullying

O estúdio independente Jagex Games anuncia, em parceria com a desenvolvedora americana Herotainment o jogo "Herotopia", uma opção de jogo online gratuito voltado para as crianças e que se propõe a ensinar o público infantil como lidar com diversos problemas, inclusive o bullying.

Já disponível, "Herotopia" conta com um sistema simplificado de missões, em que os jogadores podem cumprir mais de 75 desafios, além de cinco mini-games que incluem jogos como quebra-cabeças e perguntas e respostas. O jogo foi aprovado pela associação de pais e mestres do Reino Unido.

No início, o jogador pode criar o seu próprio herói, escolhendo entre três tipos de gêneros: menino, menina ou bebê. Além disso, cortes de cabelo e cores de máscara, capa e uniforme também podem ser personalizados.

Por ser um jogo infantil, o Jagex afirma que o ambiente do jogo, além de completamente pensado para agradar as crianças, também oferece segurança para os menores se socializarem com os demais jogadores sem frustrar os seus sonhos de se tornar um super-herói.

Gratuito para jogar, "Herotopia" não exige máquinas de alto desempenho, pois que roda diretamente do navegador de internet. Além do pacote grátis, há também a opção de adquirir uma assinatura paga ao custo de US5,95 ao mês.

Com ela, o jogador pode comprar acessórios para o seu esconderijo secreto, super veículos para viajar pelo mundo do jogo e até adquirir super poderes e novos movimentos de luta, como o temido "Chute do Orangotango".

Por fim, o estúdio afirma que parte da renda obtida com esses planos pagos serão revertidos para instituições de caridade voltadas a crianças, que serão votadas pela própria comunidade do jogo.
 veja mais clicando link abaixo

Fonte : Jogo online "Herotopia" quer ensinar crianças a combater o bullying - Últimas Notícias - UOL Jogos

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pimenta Neves na cadeia: chega ao fim um dos casos mais emblemáticos de impunidade do País

Pimenta Neves na cadeia: chega ao fim um dos casos mais emblemáticos de impunidade do País

Secretaria de Políticas para as Mulheres
Data: 25/05/2011
Chega ao fim um dos casos mais emblemáticos de impunidade do País. Onze anos depois, o assassino confesso da jornalista Sandra Gomide, o também jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves foi condenado à prisão. Na noite desta terça-feira (24), a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, o último recurso pendente. O relator do caso, ministro Celso de Mello, determinou ao juiz da Comarca de Ibiúna (SP) o cumprimento da pena de 15 anos, inicialmente, em regime fechado.

O jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves tem sorte de ser brasileiro. Se fosse cidadão da Itália, da França, da Espanha, de Portugal, da Argentina, da Colômbia, da Costa Rica ou dos Estados Unidos, e tivesse cometido em um desses países o crime que cometeu aqui, a probabilidade de estar fora da cadeia seria praticamente nula. Graças aos recursos e morosidade da Justiça, o assassino de Sandra Gomide passou todos esses anos em liberdade. O crime passional ocorreu, em 2000, em Ibiúna, interior de São Paulo. Na época, o então diretor do jornal O Estado de S. Paulo matou com dois tiros, um nas costas e outro na cabeça, a ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide, de 31 anos, após ela terminar o relacionamento.

Durante o julgamento, a ministra Ellen Gracie, do STF, disse que o caso Pimenta Neves era um dos delitos mais difíceis de explicar no exterior. "Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje o acusado não cumpre pena?", afirmou, dizendo que a quantidade de recursos apresentados pela defesa do jornalista era um "exagero".

Segundo o ministro Ayres Britto, o número de recursos apresentados pela defesa do jornalista beira o “absurdo” e foi responsável por um “alongamento injustificável do perfil temporal do processo”. Na opinião do presidente da 2ª Turma, ministro Gilmar Mendes, “este é um daqueles casos emblemáticos que causam constrangimentos de toda ordem”, revelou.

Para a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), punições tardias como esta são exemplos de que casos de violência contra a mulher estão relegados a segundo plano. A cada dia, a lista de mulheres mortas e agredidas por seus parceiros e ex-parceiros aumenta. Não se pode mais aceitar a naturalização desse tipo de violência. Muitas conquistas têm sido obtidas pelas mulheres. A primeira delas é o reconhecimento de que a violência doméstica não é assunto privado, mas é uma questão de Estado. No entanto, a certeza da impunidade, que alimenta tantos crimes, é lamentavelmente reforçada com decisões tão tardias. Vale lembrar que mesmo com essa condenação, Sandra Gomide segue sendo duplamente vitimada: pelo assassinato covarde e pela morosidade da Justiça. Esperou-se mais de dez anos para que houvesse justiça.

Bullying: das brincadeiras à violência



Cléo Fante é pesquisadora pioneira do bullying escolar no país e consultora da ONG Plan Brasil
Todos nós já fomos crianças um dia. Quem não se recorda das brincadeiras que nos faziam rir e às vezes chorar de raiva ou de vergonha? Sem graça, inconvenientes, inconsequentes, maldosas. Mas tudo não passava de brincadeira.

As brincadeiras fazem parte das relações; aproximam, integram, incluem. Entre os estudantes, são essas brincadeiras que tornam o ambiente escolar divertido e descontraído, que estimulam a frequência, a permanência, o desempenho, a aprendizagem, o gostar da escola.

No entanto, quando as brincadeiras perdem a essência da espontaneidade, da diversão e do prazer podem se converter em violência. Nesse ponto é que está o sinal de alerta. Existe uma linha muito tênue entre brincadeira e violência. Na brincadeira deve existir um equilíbrio entre as partes e todos se divertem, se descontraem, participam. Quando há desequilíbrio, onde uma parte se diverte e a outra é constrangida, humilhada, intimidada, a brincadeira acabou e aí começa a violência.

Assim como as brincadeiras são parte das relações, pode-se dizer que a violência de igual modo. Quem não se recorda de cenas de violência envolvendo familiares, vizinhos, amigos ou a si mesmo.

A violência é cruel, machuca, faz sofrer. Ao longo dos tempos foi se instalando sorrateiramente em nosso cotidiano. Faz parte de nossas vidas, de nossas histórias. Está presente em todos os contextos sociais, nas relações entre adultos, destes com as crianças e vice-versa.

Infelizmente, entre as crianças se torna cada vez mais visível, em especial no contexto escolar. Dentre as formas de violências que ocorrem entre os estudantes, há uma que desperta a atenção e o interesse de estudiosos de todo o mundo, o bullying.


O bullying é uma forma de violência que ocorre na relação entre pares, sendo mais comum entre os estudantes. É definido como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas por um indivíduo contra outro(s), sem motivos evidentes, causando dor e sofrimento e dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a intimidação.

É um fenômeno antigo, tanto quanto a própria instituição escola. No entanto, seus efeitos ao longo do tempo foram ignorados, por ser interpretado como brincadeiras da idade.

O bullying não pode ser confundido com brincadeira. É violência gratuita e intencional. É marcado por um jogo de poder, onde os mais fortes – do ponto de vista físico, emocional, econômico, social – convertem os mais fracos – sob os mesmos pontos de vista - em objetos de diversão e prazer.

O autor de bullying é movido pelo desejo de popularidade, aceitação, status de poder no grupo social. Para isso, submete aquele que elegeu como “bode expiatório” à situação de inferioridade, ao escárnio público na escola ou na internet, ao psicoterrorismo. Humilha, constrange, difama, intimida, persegue, amedronta. Quanto mais atormenta a vida do outro, mais cresce a sua popularidade. Torna-se temido e muitas vezes respeitado entre os colegas de escola e/ou fora dela.

Geralmente, escolhe aquele que não oferece resistência, o vulnerável, o mais fraco, o menor, o que tem poucos ou nenhum amigo. As vítimas potenciais são os que apresentam exacerbada timidez, introspecção, dificuldade relacional, diferenças individuais positivas ou negativas, dificuldade de se impor e de se defender.

Suas ações são validadas por muitos que assistem e acabam por participar - direta ou indiretamente -, como espectadores ativos, passivos ou omissos.

É claro que há os que não concordam com o comportamento negativo dos colegas, tentam defender as vítimas, mas nem sempre conseguem. Outros se divertem com a intimidação e o sofrimento alheio. Há, ainda, os que se omitem temendo ser eleitos como próximos alvos dos maus tratos.

A vítima acuada, na maioria dos casos, sofre em silêncio. Por medo de represálias ou da incompreensão dos adultos ou dos colegas, da vergonha de se expor ainda mais ou de não sobrecarregar os familiares com mais problemas. Carrega consigo a dor, a vergonha, a raiva, tanto daqueles que a fazem sofrer como de si mesma, por não saber o que fazer.

Os efeitos do bullying afetam a todos, em especial às vítimas, que poderão ter seu processo de desenvolvimento comprometido. Dependendo da gravidade da exposição e temporalidade, as sequelas podem acompanhá-las além do período acadêmico. Poderão se tornar adultos inseguros, tensos, agressivos, deprimidos, com dificuldades relacionais e afetivas. Poderão desenvolver transtornos e doenças de fundo emocional, adotar condutas ofensivas, reproduzir o sofrido em outros contextos, como o laboral e familiar.

Em alguns casos, o bullying está associado aos massacres que ocorreram em escolas, com maior incidência nos Estados Unidos. No Brasil, as tragédias em Taiuva (SP, 2003), Remanso (BA, 2004) e Realengo (RJ, 2010) retratam as sequelas do bullying.

Durante anos os protagonistas de tais tragédias foram alvos de deboches, humilhações e perseguições gratuitas por serem diferentes dos demais. Ressentimentos foram ao longo do tempo represados, pensamentos de vingança foram se cristalizando, problemas foram se acumulando. Um componente sozinho não é capaz de produzir tanto efeito, mas a junção de fatores, emocionais, familiares, econômicos, sociais, laborais, associada ao bullying é.

Obviamente nem todas as vítimas de bullying chegarão ao trágico desfecho de matar e matar-se. Há os que sofrem, os que enfrentam, os que superam. Há os adultos que, quando instrumentalizados, oferecem apoio, segurança e auxílio às vítimas e autores. Isso é imprescindível.

Por outro lado, obviamente, que nem tudo o que acontece na escola é bullying. Há provocação, desavença, briga, conflito, indisciplina, desrespeito, incivilidade. Existe uma gama de situações que ocorrem entre os estudantes. O que vejo é certo exagero por parte de muitos adultos, que tentam explicar o bullying de forma precipitada e equivocada, o que tende a banalizar e alarmar a sociedade.

Muitas escolas, equivocadamente, estão querendo acabar com as brincadeiras. As crianças estão sendo constantemente observadas, advertidas, engessadas. As brincadeiras, mesmo as agressivas, inconvenientes ou inconsequentes, fazem parte das relações. Deixem as crianças brincarem. Os adultos devem observar à distância e quando as brincadeiras perderem sua essência é que devem intervir.

Afinal, brincar é direito de crianças e adolescentes que deve ser preservado. O que não se pode permitir é a ocorrência de bullying. Todos devemos velar pelos direitos de crianças e adolescentes. Punir ou criminalizar não é a solução. Prevenir é melhor do que remediar, diz o velho ditado.

Fonte Promenino



Veja mais:

- Gestão inovadora de EMEB usa "classmates" no combate ao "bullying"
Projeto de fotonovela gera impacto até mesmo na relação entre pais e filhos
http://bit.ly/mcm2jh #EducaRede

- Equipe da EMEF General Othelo Franco, de São Paulo, apresentou o projeto "Faça arte, não pratique o bullying". Confira o vídeo produzido pelos alunos monitores

- alunos de uma outra escola, EMEF Leonor Mendes de Barros (com a equipe de alunos-monitores “Leonor em Ação ) também produziram um video sobre ciberbullying
http://www.youtube.com/watch?v=4KttuntjqGw&feature=player_embedded
Informações e ferramentas para a garantia dos direitos da criança e do adolescente

terça-feira, 24 de maio de 2011

Veja as diferenças de salário entre homens e mulheres com 3º grau nas funções mais bem pagas « José Roberto de Toledo

Veja as diferenças de salário entre homens e mulheres com 3º grau nas funções mais bem pagas
José Roberto de Toledo

Para as mulheres brasileiras, o elevador profissional não chega à cobertura. Elas estudam cada vez mais do que os homens, preenchem mais vagas no mercado de trabalho que requerem melhor qualificação, mas são barradas antes de chegarem ao topo salarial e ao comando. Dilma Rousseff é a exceção que confirma a regra.
A mesma eleição que colocou uma mulher na Presidência da República manteve uma baixa ocupação feminina no Congresso, nas assembleias e nos governos estaduais. A culpa é do machismo das cúpulas partidárias, é certo. Mas o problema se estende a toda a sociedade.
As mulheres são 42% dos 44 milhões de trabalhadores formais do País e ganham, em média, 17% menos do que os homens (Rais 2010). Em dinheiro, a diferença mensal é de R$ 305. Dito assim, o problema parece enganosamente menor. A média escamoteia a crueldade da discriminação.
Se considerarmos apenas os trabalhadores com nível superior completo, descobriremos que 59% são do sexo feminino. É uma recompensa pelo esforço das mulheres, que passam mais tempo estudando e conseguem, mais do que os homens, empregos que exigem diploma.
Só há um problema: a diferença salarial duplica entre os homens e mulheres que fizeram faculdade. As mulheres ganham, em média, 41% a menos do que seus colegas que estudaram tanto quanto elas. São R$ 2.150 a mais para os homens todo mês.
Como a diferença salarial pode ser tão grande se a qualificação é, teoricamente, a mesma?
É que a maioria de mulheres fica confinada à base da pirâmide profissional. Seu acesso aos postos do topo é dificultado por barreiras culturais, preconceitos e até intimidação sexual. Para chegar lá, precisam desalojar concorrentes masculinos. Mas eles não largam o osso.
No topo da pirâmide, 35 famílias ocupacionais pagam mais de R$ 10 mil por mês, em média, para os com-diploma. Os homens são maioria em nada menos do que 33 delas. Eles ocupam 69% dos postos de comando mais bem pagos.
Para piorar, as relativamente poucas mulheres que chegam ao topo geralmente ganham de 20% a 80% menos do que os homens que ocupam os mesmos cargos. Segundo estudos norte-americanos, as mulheres reivindicam aumentos salariais muito mais raramente do que os homens.
Mas isso não explica absurdos como este: dois em cada três dos mais de 14 mil diretores empresariais no Brasil são homens, que ganham R$ 16 mil, em média. O outro terço, formado por mulheres, ganha R$ 5,8 mil, ou seja, R$ 10 mil a menos por mês, R$ 130 mil a menos por ano.
Sobram indícios de que isso seja fruto de ação deliberada contra as mulheres dentro das empresas. Quando a competição profissional é regida pelo mérito, o fosso entre os sexos diminui. Nos cargos públicos bem pagos e preenchidos por concurso, as mulheres avançam à igualdade.
Elas são 41% do ministério público, 40% dos magistrados, 45% dos auditores do trabalho, 51% dos defensores públicos e 47% dos procuradores de Justiça. Nessas funções, cujo plano de carreira dificulta a discriminação, os salários médios de homens e mulheres são muito parecidos.
Se os juízes ainda ganham, em média, 14% mais do que as juízas é porque há menos mulheres nos tribunais superiores. Apesar de Dilma ter nomeado três barbados para o STJ, há mais ministras e desembargadoras hoje do que em qualquer outra época.
Elas estão chegando lá, mas não sem enfrentar a reação dos homens.
Na quinta-feira, o jornal “The New York Times” contou como funcionárias do Fundo Monetário Internacional evitam usar saias para não atrair a atenção indesejada dos chefes. Em 2008, o FMI julgou que seu comandante, Dominique Strauss-Khan, não violara nenhuma regra ao levar para a cama uma economista subordinada a ele.
DSK, como é chamado na França, sempre contou com a cumplicidade silenciosa da imprensa francesa para seus casos extraconjugais e assédios a mulheres que se aproximavam profissionalmente. Não é à toa que os franceses ficaram estupefatos com a acusação de estupro contra ele. O chefe do FMI é o lado violento de um comportamento comum.
Na mesma edição, o NYTimes contava como outro apalpador contumaz, o ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, ocultou por 10 anos o filho que teve com a empregada.
Uma terceira reportagem revelava que a fraternidade frequentada pelos dois ex-presidentes Bush foi suspensa pela Universidade de Yale após seus membros brindarem publicamente com ofensas às mulheres. Os alunos cantaram, por exemplo, “No means yes!”, uma inversão do refrão anti-estupro “No means no!” (não é não).
Pode ser coincidência que nas três histórias homens poderosos (ou futuros poderosos) tenham usado seu status para subjugar, seduzir e ameaçar mulheres. Ou pode ser um sintoma da reação masculina ao “empoderamento” feminino.
À mulher de Cesar se cobra que seja e pareça honesta. Ao marido dela nem tanto.

Leia mais clicando aqui
Fonte Estadão

Polêmica sobre o livro "Por uma Vida Melhor"

Ederson Granetto entrevista Cesar Callegari, do Conselho Nacional de Educação, a respeito da polêmica sobre livro didático para jovens e adultos distribuído pelo MEC a 4.236 escolas do país, quase meio milhão de alunos. O Livro "Por uma Vida Melhor", da Editora Global, considera válido o uso, na linguagem oral, de expressões gramaticalmente erradas mas alerta para a possibilidade do falante sofrer preconceito linguístico.


YouTube - Cesar Callegari, do CNE, fala da polêmica sobre o livro "Por uma Vida Melhor"

Cartilha sobre Orçamento Publico em quadrinhos

CARTILHA SOFINHA E SUA TURMA

O Orçamento Público é um assunto muito importante para o país em
geral, e para a vida das pessoas em particular. Porém, nem todos
conseguem ler e entender o Orçamento Público hoje, e conhecer o seu
valor para a vida das famílias. Isso porque a forma técnica que ele
costuma ser apresentado é de difícil entendimento para aqueles que ainda
não são familiarizados com o assunto.

Foi justamente pensando nessas pessoas que a Secretaria de Orçamento
Federal - SOF, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, decidiu elaborar uma Cartilha sobre o Orçamento Público em uma
linguagem bem simples, de fácil compreensão para todos, inclusive para
estudantes da educação básica.

Para tornar a leitura interessante e agradável, a Cartilha foi preparada
na forma de uma história em quadrinhos, onde é apresentado o dia a dia
de uma família. A personagem principal da história é a SOFINHA, uma
menina simpática e muito inteligente, que aos poucos vai aprendendo sobre
o Orçamento Público com sua família, na escola e com seus amigos.

Desejamos que você aproveite esta Cartilha para descobrir, junto com a
SOFINHA, as coisas importantes que o Orçamento significa para a sua vida
e de sua família, e também para o Brasil.


Acesse o link abaixo para baixar a cartilha em seu computador:

CartilhaOrcamentoFinal11.PDF (objeto application/pdf)