quinta-feira, 21 de julho de 2011

Página na internet para denúncias

Durante a audiência pública do día óntem -sobre o ECA - e efetuada na Cámara de Deputados, foi lançado um novo instrumento de denúncia que está disponível na página da Comissão de Direitos Humanos na internet. Ao entrar no site, qualquer pessoa pode fazer denúncias de páginas da internet que contêm pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida, xenofobia, neonazismo, intolerância religiosa, homofobia e tráfico de pessoas.

O diretor de Prevenção da associação civil SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm, explica como funciona a ferramenta de denúncia. "De forma completamente anônima, basta copiar o endereço da página [que será denunciada] e colar no formulário. Imediatamente, todas as informações ficam registradas e são encaminhadas para a Polícia Federal, dentro de uma cooperação que existe entre a SaferNet, a Secretaria de Direitos Humanos e a Polícia Federal, e que agora ganha como aliado importantíssimo a Comissão de Direitos Humanos aqui da Câmara dos Deputados."

A deputada Manuela d'Ávila ressaltou que a ferramenta vai unificar as denúncias que eram recebidas pela Comissão de Direitos Humanos de forma dispersa.

sábado, 16 de julho de 2011

"Bullying é problema de saúde mental", diz pesquisadora

Apesar de ocupar recente destaque na mídia, o bullying é um fenômeno antigo. Data do início dos anos 80 um dos primeiros estudos sobre o assunto, de autoria do professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, Noruega. Ele investigava o caso de três jovens com idades entre 10 e 14 anos, que haviam cometido suicídio em 1982, como resultado da agressão de um bully – quem pratica o bullying.

Quase 20 anos depois, os resultados das agressões continuam tendo o mesmo fim e por este motivo o assunto tem preocupado além de pais, professores e profissionais, autoridades que buscam nas políticas públicas tentar coibir a ação dos chamados "valentões".

"Existe uma relação entre saúde mental e bullying. Sejam os jovens agressores, vítimas, os dois (quando sofrem e praticam bullying) ou espectadores, sabemos que em muitos casos, a depressão e a ansiedade podem ser co-ocorrência de problemas. Eu sempre avalio para depressão e ansiedade quando estou trabalhando com os jovens que estão envolvidos em bullying. Bullying é um problema de saúde mental", afirma Susan Swearer, professora na Universidade de Nebraska, nos EUA, e autora de diversos estudos sobre o tema.

De acordo com a psicóloga, o fenômeno varia de acordo com o local onde ocorre. Isto sugere que existam condições psicológicas e sociais que favorecem a ocorrência deste tipo de agressão. "Estou cada vez mais convencida de que o bullying é um problema socioecológico e que o indivíduo, a família, os pares, a escola, a comunidade e todos os fatores sociais influenciam ou não sua ocorrência".

Neste sentido, para a autora, as intervenções devem ser elaboradas com base em dados coletados nos locais onde ocorrem. "As intervenções devem se basear em evidências. O que pergunto a alunos, pais e educadores é: Quais são as condições em sua escola (família, comunidade) que permitem a ocorrência deste tipo de agressão? Na resposta encontramos as áreas que devemos abordar em uma intervenção. Já que o fenômeno varia, cada local deve ter seus próprios dados para planejar intervenções eficazes, a fim de mudar as condições que estão alimentando o bullying em sua própria escola e comunidade".

Falta de padrões dificulta identificação de agressor e vítima

Segundo Susan, não existe um perfil padrão de quem será um possível bully. "Se as condições ambientais são favoráveis, então qualquer um pode ser um bully. A mãe de uma menina vítima de bullying que cometeu suicídio me disse que as garotas que agrediam sua filha eram apenas ‘crianças normais’. As condições naquela escola e naquela cidade eram um campo fértil para agressores".

A pesquisadora aponta que existe uma dinâmica entre bullying e vitimização. De acordo com um de seus estudos, crianças que sofrem bullying em casa de seus irmãos ou parentes são mais propensas a serem bully na escola. "O que sabemos é que, se não tratadas, as crianças aprendem que praticar bullying é uma forma eficaz de conseguir o que se quer. E é provável que continuem com este comportamento na idade adulta. Assim, é fundamental intervir e parar o bullying durante os anos em idade escolar".

Da mesma forma, não existe um perfil das crianças mais propensas a cometer suicídio como resultado do bullying, por exemplo. "No livro Bullycide in America (‘Bullycídio na América’, 2007), mães de crianças vítimas de bullying que haviam cometido suicídio compartilham suas histórias e todas são diferentes. Em comum, apenas o trágico desfecho". Segundo Susan, existe uma conexão entre sofrer bullying e desenvolver depressão, e a depressão é um fator de risco para o suicídio. "Desta forma, pais e educadores devem prestar atenção em crianças com sinais e sintomas de depressão".

Tecnologia impacta bullying de forma negativa

"Computadores, telefones celulares, sites e redes sociais são condições que permitem que o bullying ocorra. O que antes se limitava a um encontro cara a cara e em locais específicos, agora pode acontecer durante 24 horas, sete dias por semana". Uma maneira indicada por Susan de proteger as crianças é limitar ou monitorar o uso destas tecnologias. "Eu pergunto aos pais: você deixaria sua filha de 12 anos andar sozinha por um beco escuro? Então, por que a deixa usar o computador e mandar mensagens de texto sem acompanhar?". Para a psicóloga, pais e filhos não conseguem perceber o lado negativo da tecnologia e das redes sociais.

Créditos: este material aparece originalmente em inglês como Bullying: What Parents, Teachers Can Do to Stop It. Copyright © 2011 da American Psychological Association (APA). Traduzido e reproduzido com permissão. A APA não é responsável pela exatidão desta tradução. Esta tradução não pode ser reproduzida ou, ainda, distribuída sem permissão prévia por escrito da APA

Fonte :"Bullying é problema de saúde mental", diz pesquisadora

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vacina gratuita contra HPV pode ser garantida a mulheres dos 9 aos 45 anos

Vacina gratuita contra HPV pode ser garantida a mulheres dos 9 aos 45 anos

Gorette Brandão / Agência Senado
Mulheres com idade entre nove e 45 anos poderão ter o direito de receber gratuitamente a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o que prevê projeto aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta quinta-feira (30). A ideia é oferecer para a população nessa faixa etária um aliado no combate ao HPV, vírus transmitido por contato sexual que vem sendo considerado a principal causa do câncer do colo de útero.
O projeto, de iniciativa da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), foi a exame com voto favorável da relatora, a senadora Ângela Portela (PT-RR). A matéria seguirá agora para exame na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde receberá decisão terminativa . Portanto, se aprovado, poderá passar diretamente a exame na Câmara dos Deputados.
Vanessa Grazziotin observa no projeto que o câncer de colo uterino é o segundo tumor maligno de maior incidência na população feminina no país, só perdendo para o câncer de mama. Citando dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), afirma que são estimados 18.430 novos casos da doença e 4.800 mortes por ano. Além disso, observa que a maior incidência ocorre entre mulheres de baixa renda e menor escolaridade nas regiões Norte e Nordeste.
Apesar dos altos custos associados a um programa abrangente de vacinação contra o HPV, a relatora, Ângela Portela, afirma que os avanços sociais e sanitários vão superar os gastos com ampla vantagem. Atualmente, a vacina é oferecida apenas em clínicas privadas, por preços nunca inferiores a R$ 600,00 pelas três doses necessárias e que podem chegar perto de R$ 1.500,00 em alguns estabelecimentos.
No debate, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) observou que pode ser difícil assegurar a vacina a toda a população feminina, de forma imediata, em país tão grande. Porém, salientou que nada impede que a vacina comece a ser aplicada, especialmente nas regiões onde se registra a maior incidência de infecção pelo HPV.
Fonte Universidade Livre Feminista