quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Conselho Nacional de Juventude é eleito em Brasília



As eleições para o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) aconteceu terça-feira, dia 15 de dezembro, em Brasília. Foram eleitos os 40 conselheiros da sociedade civil.

O Conjuve é um órgão consultivo que busca incidir na formulação políticas públicas no plano federal, além de promover estudos e pesquisas sobre da realidade socioeconômica juvenil e também monitorar a implantação da Política Nacional de Juventude do governo federal. 





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Mapa das Artes da Cidade Tiradentes é lançado na internet

O Mapa das Artes da Cidade Tiradentes é um mapa virtual e interativo da comunidade artístico-cultural deste bairro do extremo leste da cidade de São Paulo, organizado sobre um mapa físico e geográfico da cidade. Nele é possível localizar pessoas, grupos, espaços e eventos relacionados às linguagens da música, dança, audiovisual, artes plásticas, literatura e teatro. Outras questões relacionadas à vida cotidiana das pessoas do bairro são apresentadas numa série de temas como jovem, negro, mulher, trabalho, etc. O mapa apresenta as informações da comunidade por meio de vídeos, fotos, músicas e textos.
Inicialmente as informações do Mapa das Artes foram postada pelos organizadores do site, mas toda a comunidade da Cidade Tiradentes pode participar se cadastrando no site e postando suas próprias informações. Desta forma o mapa se mantém em desenvolvimento permanente. O site também apresenta um fórum, onde os usuários podem ter seu perfio, propor discussões e comunicar-se uns com os outros.
O Mapa das Artes é o resultado do projeto Cartovideografia Sociocultural da Cidade Tiradentes, realizado pela área de desenvolvimento cultural do Instituto Pólis com apoio do Centro Cultural da Espanha em São Paulo. Seu objetivo é contribuir para o fortalecimento da cidade cultural dos moradores da Cidade Tiradentes; revelar e potenciar os saberes, fazeres e poéticas culturais do bairro pela ampliação da visão dos próprios agentes locais sobre suas práticas; favorecer o conhecimento e valorização dos espaços do bairro pelos seus habitantes, incidindo também na representação que pessoas de outros bairros tem sobre a Cidade Tiradentes; e favorecer a interlocução entre diferentes grupos e dinâmicas locais para criação de espaços comuns e potencialização de redes.
Durante o ano de 2009, a equipe do Instituto Pólis, junto com quatro agentes culturais da Cidade Tiradentes, coletou e organizou as informações apresentadas no mapa até o momento de seu lançamento. Foram selecionados 50 artistas e realizadas vídeo-entrevistas à campo com eles, que a seguir foram editadas e programadas para serem apresentadas no site.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pequenas feministas -Livros que combatem os estereótipos e conferem poder às mulheres chegam ao mercado infantil


Uma vertente de livros que embaralha os tradicionais papéis de meninos e meninas nas histórias para crianças, agrada mais à garotada de hoje e liquida com a cultura patriarcal 


(Fonte: Revista Isto É) Àgere
Era uma vez uma linda princesa que podia escolher qualquer belo príncipe para se casar, mas optou por viver feliz ao lado de seus animais de estimação. O foco dessa mocinha não era o casamento. Esse conto, chamado “A Princesa Sabichona”, da inglesa Babette Cole, é um exemplo do que tem sido chamado, nos Estados Unidos e na Europa, de “literatura infantil feminista”. Trata-se de uma vertente de livros que embaralha os tradicionais papéis de meninos e meninas nas histórias para crianças e atinge dois objetivos de uma vez: agrada mais à garotada de hoje e liquida com a cultura patriarcal que reserva às meninas o papel de passivas e aos meninos o peso de matar o dragão ao final, sempre. Neste filão literário, os gêneros são equivalentes, como defende o movimento feminista, e o casamento como um ideal das mulheres é uma das ideias mais combatidas.
No Brasil, há poucos desses títulos à venda. “Esse poder das personagens femininas ainda é incipiente no País”, explica a psicóloga Jane Felipe, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “A maioria dos livros infantis ainda reforça uma feminilidade ligada ao cuidado com a beleza, ao ambiente doméstico, à fragilidade.” Mas no cotidiano, as coisas estão mudando. E quem tem filhos pequenos já percebeu.
IDEIAS ANTIGAS

A maioria dos livros ainda reforça a feminilidade ligada à beleza e à fragilidade
Apontada como uma das principais incentivadoras dessa diferenciação entre meninas e meninos, a Disney resolveu mostrar que também está antenada com os novos tempos e criou a categoria “mulheres em papéis positivos” na Hyperion Books for Children, um selo de sua divisão de livros. O best seller nos EUA “Grace for President” (Grace para Presidente), de Kelly DiPucchio e LeUyen Pham, é um dos títulos. Se homens podem ser presidentes, mulheres também pelo menos de classe, como quer a personagem principal. “Livros como o meu mostram que houve progresso, mas há muito a fazer”, disse Kelly à ISTOÉ. “Não acho que 30 anos atrás meninas se perguntavam sobre mulheres na presidência. Mas o fato de ainda se perguntarem mostra que há barreiras culturais e políticas a serem superadas.” Kelly ressalta que a geração passada não leu histórias sobre meninas piratas, vampiras, astronautas ou sobre mães que trabalham, em vez de cuidarem da casa e dos filhos. Já as personagens de hoje até dirigem tratores, como no livro para colorir “Girls Are Not Chicks” (Meninas Não São Menininhas), de Jacinta Bunnell e Julie Novak. Jacinta teve a ideia de escrever para crianças quando era babá e se via recontando histórias que considerava sexistas. “Espero que as pessoas sejam mais críticas em relação aos produtos para as crianças e à maneira como eles introduzem (pre)conceitos cuja influência nem percebemos”, disse Jacinta.

14/12/2009 09:55:46

Metade dos jovens, no Brasil, sofre privação



Cerca de 50% dos brasileiros entre 15 e 29 anos sofrem pelo menos um tipo de privação em uma gama de quatro itens 


(Fonte: PNUD) Àgere
Cerca de 50% dos brasileiros entre 15 e 29 anos sofrem pelo menos um tipo de privação em uma gama de quatro itens, segundo estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A pesquisa considerou os aspectos: saúde e risco ambiental; acesso a educação; acesso a recursos (rendimento e condições de moradia) e exclusão social.
A análise buscou apresentar uma abordagem mais ampla de pobreza nos quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), identificando-a como limitação de oportunidades.
Intitulado “Inovar para incluir: jovens e desenvolvimento humano”, o estudo aponta que o “enfrentamento dessa dinâmica multidimensional da pobreza e da exclusão constitui o desafio social mais importante para a criação de condições favoráveis para o bem-estar e o fomento do protagonismo dos jovens” na melhoria do nível de desenvolvimento humano na região.
Educação
O estudo, que se baseou em estatísticas oficiais, dividiu os resultados por faixa etária. Em todos os países do Mercosul a privação é mais disseminada entre os mais novos, de 15 e 19 anos. No Brasil, 51,7% dos jovens nessa faixa têm condições de vida insatisfatórias em pelo menos uma das dimensões estudadas.
A proporção é um pouco menor entre 20 e 24 anos (47,8%) e entre 25 e 29 anos (49,6%). No entanto, nesses últimos grupos a privação é mais intensa: 29,6% dos brasileiros com 25 a 29 anos sofrem com pelo menos duas privações (na faixa de 15 a 19, a proporção é de 20,8%).
O Brasil é o que se sai pior na dimensão educação. Apesar da sensível melhora verificada desde 1995, apenas 80% dos jovens de 15 a 29 anos têm 6 anos ou mais de estudo. Na Argentina e no Uruguai, são 95%; no Paraguai, 89%.

A qualidade do ensino — que não é computada na análise da privação, mas é abordada no relatório — também deixa a desejar, embora as informações sobre o tema sejam relativamente escassas.
O resultado das avaliações de 2006 demonstra que os alunos têm deficiências nas três áreas. Dos estudantes que participaram das provas no Brasil, 73% não alcançaram o nível básico de competência em matemática, por exemplo. O mesmo percentual é de 64% na Argentina e de 46% no Uruguai. Entretanto, esses patamares ficam muito abaixo da média dos países da OCDE, que é de 21%.
A evasão escolar e a baixa qualidade de ensino estão intimamente relacionadas com a exclusão social que os jovens poderão sofrer durante a vida adulta, destaca o relatório.
Método

Para cada indicador considerado, o relatório adotou uma “linha de pobreza”.
Nos indicadores de meio ambiente (saneamento) e saúde (taxa de pessoas com Aids, porcentagem de mortes for causas violentas no total de mortes, taxa de mortalidade por faixa etária), são considerados em situação de privação os que estão entre os 25% com piores resultados.

Em educação, os que têm menos de 6 anos de estudo (ou menos de 9, para a faixa acima de 20 anos).
Em habitação, os que vivem em domicílios com mais de 3 pessoas por dormitório. Em renda, os que não têm condições de adquirir uma cesta de produtos e serviços definida pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal).
Em exclusão social, os que não têm acesso à educação nem ao mercado de trabalho.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Prêmio Jovem Cientista está com as inscrições abertas


O Prêmio Jovem Cientista, instituído pelo CNPq em 1981, abriu inscrições para a sua 24ª edição. O tema é Energia e Meio Ambiente – soluções para o futuro.

Os objetivos da iniciativa são: promover a reflexão e a pesquisa, revelar talentos e investir em estudantes e profissionais que procuram alternativas para os problemas brasileiros.

Serão premiados trabalhos nas categorias Graduado, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio e Mérito Institucional. Os vencedores receberão R$150 mil e computadores, além da concessão de bolsas de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado ou Pós-Doutorado. A universidade e a escola de ensino médio premiadas na categoria Mérito Institucional recebem R$30 mil, cada uma.

O prazo para envio de é 30 de junho de 2010. O regulamento está disponível nos endereços www.unesco.org.br e www.jovemcientista.cnpq.br.

Mais informações pelos telefones (61) 2108-9410 ou pelo e-mail premios@cnpq.br.

Campanha une jovens de vários países contra a violência de gênero

Karol Assunção *

Adital -
"De todos os homens que fazem parte da minha vida, nenhum será mais do que eu". "De todas as mulheres que fazem parte da minha vida, nenhuma será menos do que eu". São sob essas palavras de ordem que jovens de 22 países ibero-americanos expressam seu rechaço a todos os tipos de violência contra as mulheres. A iniciativa é de Maltratozero, um movimento que quer transformar-se em uma corrente mobilizadora pelo fim dos maus-tratos e da violência contra a mulher. Até agora, 1.184 homens e mulheres de diversos países, sobretudo jovens, já se manifestaram no site da campanha (www.maltratozero.com) com vídeos e fotos. A iniciativa, promovida pela Secretaria Geral Ibero-americana de Juventude e pela Organização Ibero-americana de Juventude (OIJ) com apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional pelo Desenvolvimento, começou no final do mês passado de outubro a sensibilizar a população jovem sobre os efeitos da violência de gênero.
Todos os anos, milhares de mulheres e meninas são vítimas de violência, muitas vezes somente por serem mulheres. Além de violar os direitos humanos, a violência de gênero gera vários prejuízos às vítimas. Agressões, maus-tratos, violência física, psicológica e sexual são algumas situações já vividas por muitas pessoas do sexo feminino. Maltratozero não é a primeira iniciativa a destacar a importância de erradicar os maus-tratos e as violências contra a mulher. Em fevereiro do ano passado, o Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, lançou a campanha "Unidos para pôr fim à violência contra as mulheres", que chama a todos os governos, organizações civis, jovens e meios de comunicação a prevenir e exterminar a violência contra mulheres meninas de todo o mundo.
Além das campanhas, alguns governos também estão dispostos a contribuir com o fim da violência. No site de Maltratozero há um resumo das políticas e dos programas - dos países participantes da campanha - destinados à igualdade de gênero e erradicação da violência contra a mulher.
Para participar de Maltratozero, basta visitar o site da campanha e entrar na seção "Une-te". Assim, os interessados poderão enviar vídeos e fotos. A iniciativa também tem páginas em Facebook, Hi5, Youtube, Orkut e Metafe.
Participam da campanha: Andorra, Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.


* Jornalista da Adital

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ministério da Cultura promove curso de animação online

Ministério da Cultura promove curso de animação online


O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, e a Infraero estão apoiando o AnimaEdu, um curso online que pretende levar, de forma virtual, técnicas de animação a jovens brasileiros em todo o país. O lançamento oficial do programa e do site ocorreu na quarta-feira (28 de outubro), por ocasião do Dia Internacional da Animação. A primeira turma do curso terá início em novembro deste ano. Para fazer parte do programa é preciso ser selecionado, uma vez que este primeiro grupo será experimental para avaliar a entrada em funcionamento do sistema desenvolvido. O primeiro passo para do processo de avaliação é efetuar a pré-inscrição por meio da Seção Estude Conosco do site AnimaEdu (www.animaedu.com.br), onde estão as informações específicas. Para participar, basta ter no mínimo 16 anos e possuir um computador com acesso à Internet e um scanner. Não há necessidade de conhecimento prévio em animação. O curso terá 18 módulos e estima-se que os alunos consigam estudar entre um e dois módulos por semana. Sendo assim, terá em média de nove a 18 semanas de aula. AnimaEdu é um programa de ensino a distância de animação tradicional 2D desenvolvida pela Otto Desenhos Animados. É um projeto aprovado na Lei Federal de Incentivo à Cultura e que foi, também, incluído dentro do Pró Animação (programa para incentivo e consolidação da indústria de animação brasileira desenvolvido pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura). A ideia básica é selecionar e oferecer cursos que capacitem jovens talentos para atuação no mercado profissional da animação, que tem ampliado sua demanda por mão-de-obra qualificada nos últimos anos. Para ingressar no programa haverá uma seleção de alunos a partir dos desenhos dos candidatos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Salve a verdade e a justiça! Contra o genocídio da juventude pobre e negra!

Rede contra a violência *
Adital -
O estado no banco dos réus! 
Em maio de 2006, às voltas do "dia das mães", a polícia militar e grupos paramilitares do estado de São Paulo promoveram um dos maiores massacres da história brasileira contemporânea: em menos de um mês, ao menos 493 vítimas (entre mortos e desaparecidos), em sua grande maioria jovens pobres e negros, foram assassinadas violentamente. A maior parte dos casos com contornos evidentes de execução sumária: tiros pelas costas a curta distância, vestígios de pólvora e estilhaços de bala nas palmas das mãos, etc.
A chacina foi imediatamente nomeada pela grande imprensa comercial de "ataques do PCC [abreviação de Primeiro Comando da Capital, entidade acusada de liderar presos e presas e coordenar ações criminosas]", ainda que uma série de testemunhos e pesquisas evidencie que a esmagadora maioria das mortes (mais de 400) foi praticada por agentes policiais e grupos de extermínio ligados ao estado e às elites paulistas. A redução do episódio a uma responsabilidade total do chamado PCC, e o pânico social alimentado por essa verdadeira campanha obscurantista, intensificaram o apelo social por ainda mais violência e criminalização dos pobres de forma geral, dando ensejo a uma ilimitada caçada aos moradores dos bairros periféricos da cidade.
Foi nesta ocasião também, ao menos no estado de São Paulo, que se naturalizou o procedimento discriminatório de caracterizar como "suspeito", a priori, qualquer vítima pobre e negra de ações policiais - uma espécie de paradigma que tem sido exportado para outros estados e regiões do país. Recurso manipulador que veio a complementar o absurdo termo jurídico, utilizado à exaustão por agentes policiais no Brasil, de caracterizar como "auto de resistência" ou "resistência seguida de morte" a causa mortis nas ocorrências e laudos de suas vítimas fatais, na prática isentando os assassinos de qualquer responsabilização pelos seus atos. Não à toa, a quase totalidade dos homicídios cometidos pela polícia durante os "Crimes de Maio" permanece arquivada e sem qualquer investigação criteriosa levada adiante. Em reação a estes absurdos, um grupo de mães, pais, familiares e amigos das vítimas diretas passou a se mobilizar, em todo Brasil, na luta pela verdade e por justiça. Um desses grupos mais combativos, que passou a se autodenominar "Mães de Maio", está nesse momento convocando as organizações e indivíduos comprometidos com as causas sociais para uma importante manifestação. Trata-se de um ato de protesto e aprofundamento do diálogo com a sociedade, na ocasião do lançamento nacional do filme "Salve Geral", de Sérgio Resende. O filme aborda o referido episódio, e inclusive será o próximo indicado brasileiro para a disputa do prêmio Oscar.
O filme estréia no dia 02/10 em todo o país. Ao mesmo tempo em que as "Mães de Maio" farão seu protesto em São Paulo (às 18h em frente ao Espaço Unibanco de Cinema na Av. Augusta, 1475 - próximo à esquina com a Av. Paulista), grupos de familiares de vítimas da violência estatal e movimentos sociais também estarão se manifestando em outras cidades do Brasil.
No Rio de Janeiro, a Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e outras organizações farão uma panfletagem-protesto a partir das 15h no shopping Rio Sul (Botafogo), onde fica uma das 27 salas de projeção onde haverá a estréia do filme. Será distribuído o manifesto a seguir, o mesmo que será panfletado em São Paulo.
SALVE A VERDADE E A JUSTIÇA!!! O ESTADO NO BANCO DOS RÉUS!!!
CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE POBRE E NEGRA!!!
"Nós não queremos saber de ficção, queremos saber da realidade!"
Débora, mãe de vítima dos ataques da polícia em maio/2006
02 de outubro de 2009. Aqui estamos mais um dia. E a história se repetindo como farsa trágica. Nós seguimos sem ter nada o quê comemorar...

Nós, familiares, amigos e amigas das vítimas dos ataques da polícia durante uma das maiores chacinas da história brasileira, os "Crimes de Maio" de 2006, não fomos ouvidos durante a produção deste filme hollywoodiano que hoje é lançado sobre a nossa história: "Salve Geral". Não fomos consultados nem convidados pra mais essa festa que os homens armaram pra nos convencer... Viemos contar nossa história real, que também daria um filme...

Há pouco mais de três anos, o chamado "estado democrático de direito", por meio de seus agentes policiais e paramilitares, promoveu um dos mais vergonhosos escândalos da história brasileira. Durante o mês de maio de 2006, em uma suposta resposta ao que se chamou na imprensa de "ataques do PCC", foram assassinadas no mínimo 493 pessoas, entre mortos e desaparecidos. Sendo que a imensa maioria delas - mais de 400 jovens negros, afro-indígena-descendentes e pobres - executados sumariamente pela polícia militar do estado de São Paulo. Somos centenas de mães, familiares e amigos que tivemos nossos entes queridos assassinados covardemente, e até hoje seguimos sem qualquer satisfação por parte do estado brasileiro: os casos permanecem arquivados sem investigação correta para busca da Verdade dos fatos; sem Julgamentos dos verdadeiros culpados (os agentes do estado brasileiro); sem qualquer proteção, indenização ou reparação por parte do estado que nos tirou os nossos jovens. Um estado que ainda insiste em nos seqüestrar também o sentimento de Justiça!

O desprezo pela memória e pela história fez ainda que o dia de estréia deste filme "Salve Geral", feito com base na nossa dor e que deverá concorrer ao Oscar no ano que vem, coincidisse também com outra data que é um marco emblemático da injustiça e da violência do estado brasileiro contra seus próprios cidadãos pobres, indígena-descendentes e negros em particular. Há exatos 17 anos, no dia 02 de outubro de 1992, os agentes policiais do estado de São Paulo protagonizaram uma outra matança em série, desta vez na Casa de Detenção de São Paulo, covardemente contra pessoas sob a sua custódia: seres humanos sem qualquer possibilidade de defesa. Um episódio sangrento que ficou conhecido como "Massacre do Carandiru" e que teve ao menos 111 pessoas assassinadas por agentes policiais, segundo os números oficiais. Outro crime em série do estado brasileiro que permanece sem investigações corretas, sem julgamento ou condenação dos verdadeiros culpados - a começar pela alta cúpula do estado, Fleury e cia. Sem qualquer reparação para as vítimas e seus familiares. Outro episódio que, no entanto, a indústria cultural conseguiu fazer mais dinheiro em cima da dor das vítimas: produzindo filmes espetaculares, séries televisivas, livros e outras mercadorias descartáveis. A Verdade e a Justiça que é bom: mais uma vez não compareceram na estréia...
Relembramos hoje, portanto, que em apenas dois episódios sangrentos só aqui em São Paulo, MAIS DE 600 VÍTIMAS POBRES E NEGRAS. Isso para não falar das violências e execuções sumárias cotidianas que atingem, sobretudo, as periferias urbanas de todo país: uma pesquisa divulgada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, UNICEF e Observatórios de Favelas, no dia 21/07/2009, afirma que se as estatísticas permanecerem como estão, mais de 33.5 mil jovens terão sido executados no Brasil no curto período de 2006 a 2012. Os estudos ainda apontam que, os jovens negros apresentam risco quase três vezes maior de serem executados em comparação com os brancos.
Tantos casos e números que são ainda mais impressionantes do que todos os absurdos cometidos durante a ditadura civil-militar brasileira pelo mesmo estado brasileiro, só que agora seus agentes matam em nome da "democracia" e da "segurança". Casos com contornos de crueldade que só mudam o endereço de região para região do país: a Chacina da Candelária e de Vigário Geral no Rio de Janeiro (1993), o Massacre de Corumbiara em Rondônia (1995), o Massacre de Eldorado dos Carajás (1996), a Chacina da Baixada Fluminense (2005), a chacina do Complexo do Alemão (2007) a chacina de Canabrava, de Plataforma e a matança generalizada em Salvador na Bahia (2006-2009), entre outros tantos casos no dia-dia do povo pobre brasileiro. A imensa maioria deles sem investigação correta, muito menos punição dos seus verdadeiros responsáveis.

Nomes e números que jamais conseguirão traduzir o sentimento de perda e de dor irreparável das famílias todas: repetimos para nos fazer ouvir que só aqui em São Paulo, durante estes dois episódios de matança estatal (o "Massacre do Carandiru" e mais recentemente os "Crimes de Maio de 2006"), foram mais de 600 famílias destruídas e outras milhares dilaceradas pela dor da perda de seus entes queridos.
ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O FIM DO GENOCÍDIO CONTRA A CLASSE POBRE, A POPULAÇÃO INDÍGENA-DESCENDENTE E NEGRA DO BRASIL!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O FIM DO CHAMADO "AUTO DE RESISTÊNCIA" ou "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE", FARSAS LEGAIS QUE TEM INSTITUÍDO E DADO NA PRÁTICA O AVAL PARA UM VERDADEIRO ESTADO DE SÍTIO NO BRASIL!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O DESARQUIVAMENTO E A FEDERALIZAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE OS ATAQUES DA POLÍCIA EM MAIO DE 2006, DURANTE OS "CRIMES DE MAIO"!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR QUE O ESTADO BRASILEIRO E SEUS AGENTES VÃO PARA OS BANCOS DOS RÉUS!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR A VERDADE E A JUSTIÇA HISTÓRICA SOBRE TODAS AS MORTES COMETIDAS PELO ESTADO, E A PUNIÇÃO DE TODOS OS RESPONSÁVEIS!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR VOZ, PROTEÇÃO, ASSISTÊNCIA, INDENIZAÇÃO E REPARAÇÃO A TODAS AS FAMÍLIAS DE MORTOS E DESAPARECIDOS, SOBRETUDO PARA AS MÃES E COMPANHEIRAS DE VÍTIMAS!!!

EM NOME DA MEMÓRIA DE NOSS@S FAMILIARES E AMIG@S ASSASSINAD@S PELO ESTADO BRASILEIRO
Assinam esta convocatória:
ASSOCIAÇÃO AMPARO DE FAMILIARES E VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA (SP)
REDE DE COMUNIDADES E MOVIMENTOS CONTRA A VIOLÊNCIA (RJ)
JUSTIÇA GLOBAL
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA/RJ
[Lista Riseup da Rede - redecontraviolencia@lists.riseup.net]

* Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência
 

Lei Joanna Maranhão: aprovada prorrogação de prazo para prescrição de crime sexual contra criança

Qua, 30 de Setembro de 2009 17:02 [foto]
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (30), por unanimidade, projeto que assegura a quem for vítima de crime sexual, na infância ou adolescência, maior benefício de tempo depois de chegar à maioridade para propor ação penal contra o pedófilo. Denominada Lei Joana Maranhão, em homenagem à nadadora que denunciou seu treinador por abuso sexual sofrido quando criança, a proposta (PLS 234/09) estabelece que a prescrição para a abertura do processo só começará a correr a partir da data em que a vítima completar 18 anos, a não ser que antes disso a ação já tiver sido proposta por seu representante legal.

Joanna estava presente à reunião e foi convidada pelo presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a compor a mesa enquanto a matéria estava sendo votada. Depois que ela trouxe sua história a público, diversas vítimas de abuso sexual na infância se sentiram estimuladas a fazer o mesmo. Entre elas, estão duas nadadoras que confirmaram ter sofrido abuso praticado pelo mesmo treinador. Mesmo assim, ele ficou a salvo de processo porque já havia esgotado o prazo para a ação, situação que o projeto de iniciativa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia vem dificultar.
O entendimento é de que, alcançando a maioridade, a vítima ganha condições de agir por conta própria. Com prazo mais largo, poderá levar o caso à Justiça se até então não tiver sido proposta a ação. Como observado na justificação ao projeto, muitas vezes a ação deixa de ser registrada ainda na menoridade da vítima porque os responsáveis por ela ignoram os fatos ou são eles próprios os autores do abuso. Ao defender a aprovação da matéria, o relator, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), argumenta que o autor, quando pai ou padrasto ou outro membro da família, exerce sobre a vítima "temor referencial" que a impede de revelar o episódio.
A matéria agora irá a Plenário, seguindo depois para Câmara dos Deputados, se confirmada sua aprovação final no Senado. Para o senador Magno Malta (PR-ES), que preside a CPI da Pedofilia, seu acolhimento pela CCJ já representa um marco histórico. Ele disse que a instalação da CPI funcionou como um "catalisador" do drama associado aos crimes sexuais contra menores no país. Segundo Magno Malta, chegaram à comissão centenas de denúncias, muitas já fora de tempo para os processos, mas a mudança no Código Penal poderá mudar esse quadro daqui para frente.
- As pessoas se encorajam e, a partir de agora, elas poderão ter mais facilidade para se livrar de seus monstros - disse Magno Malta.
Processo
O caso de Joanna Maranhão tornou-se emblemático pelo curso que os acontecimentos tomaram desde a denúncia. É o acusado que hoje está processando a nadadora e sua mãe, Terezinha Maranhão, que também compareceu à CCJ. Demitido do emprego depois da denúncia, o treinador cobra indenização por danos morais e materiais. Senadores de todos os partidos destacaram a coragem de Joanna em divulgar sua história e foram solidários com ela e a mãe pela luta que enfrentam agora na Justiça.
Ao agradecer as homenagens, Joanna disse que trouxe sua história a público sem intenção de cultivar o papel de vítima. Com a iniciativa, ela disse que se sentiu mais forte para superar os fatos passados e que se sente recompensada ao constatar que muitas mulheres se sentiram estimuladas a agir do mesmo modo. Também se disse gratificada em ver o avanço da proposta que altera as regras de prescrição para os crimes sexuais contra menores, que vem ajudando a divulgar.
- Se foi preciso estar agora respondendo a processo, não importa, pois o bem maior está sendo feito - comentou a nadadora.
Emenda sugerida Demosténes Torres, na reunião, atualizou o texto, para buscar coerência com alterações recentes no Código Penal. O novo trecho incluído, para tratar do início da prescrição, passa a fazer referência a crimes contra a "dignidade" sexual das crianças e adolescente, e não de "liberdade" sexual dos menores. Dessa maneira, afirmou Demostenes, o alcance da norma é também ampliado.
Os cumprimentos pela proposta e saudações a Joanna Maranhão foram feitos pelas senadoras Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Kátia Abreu (DEM-TO), assim como pelos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romeu Tuma (PTB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR), Renato Casagrande (PSB-ES), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), José Agripino (DEM-RN), Francisco Dornelles (PP-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Em nome da liderança do governo, Jucá prometeu ajudar para agilizar a tramitação do projeto tanto no Plenário do Senado, quanto na Câmara.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vamos entender de uma vez a letra do hino nacional


Ziraldo 
Acho a letra do hino nacional bonita e solene. Hino tem que ser assim: tem que ter palavras de bela sonoridade, como disse o Roberto Pompeu de Toledo. E, também, cai bem a um hino ter versos na ordem indireta. Então, vamos conferir o nosso. Durante todo o meu tempo de estudante, infernaram a minha vida pra eu dizer qual era o sujeito da oração no primeiro verso do hino. Tinha gente que achava que o sujeito era oculto. Ora, para o sujeito ser oculto, era preciso ter uma crase no as antes das margens plácidas. Ou seja, os sujeitos ocultos leriam ouvido o brado retumbante ali, às margens do rio. Mas, como não houve e nunca imprimiram o hino com tal crase, dá pra gente ver que a oração não está na ordem direta. Direta, ela seria assim: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico”. Pronto, é isso que o poeta disse. Mas, dito assim, cadê a sonoridade poética.

Bem, explicando isto já fica mais fácil entender as intenções do hino, embora muita gente não consiga entender como as margens de um rio pode ouvir alguma coisa. A gente sente que o poeta está se referindo poeticamente a quem estava por ali, vivendo às margens do riozinho (que devia ter mais água naquele tempo). E eles ouviram o grito (brado) que ressoa, que ecoa, que retumba (retumbante) que foi o grito de D. Pedro I bradando: “Independência ou Morte.”

Livres que ficamos do domínio português, o sol da liberdade brilhou no céu da pátria em raios luminosos, cheios de luz (fúlgidos). O Penhor, que vem a seguir, referindo-se à igualdade que a liberdade nos proporciona quer dizer garantia.

Mais lá na frente tem um impávido colosso. É isto mesmo, o Brasil é um colosso, enorme, belo, forte, corajoso, sem medo (impávido).

Depois vem o famoso “Deitado eternamente”. Tem idiotas que acham que quem está deitado eternamente é preguiçoso. Ô, burrice! Deitado aí e a tal liberdade. Deitado quer dizer estendido. Só que se o poeta usasse a palavra estendido (que é menos sonora do que deitado) o verso ia ficar de pé quebrado. Teria uma sílaba a mais (em poesia tanto faz uma sílaba a mais ou a menos que o pé do verso quebra). O Brasil não tem desertos, não tem terras totalmente inférteis, terras que não possam ser recuperadas. Nosso país é lindo, são belas as nossas montanhas, os chapadões, as florestas, tudo verde, lindamente verde. Todo o país é um berço esplêndido onde a natureza deita a mais bela das paisagens. Pronto. Tá explicado o deitado.

Fulgurar todo o mundo sabe o que é: brilhar. Florão é um ornato, um belo enfeite que se coloca no alto dos grandes portões, uma espécie de escudo em forma de flor: o belo Brasil é que orna, enfeita, embeleza toda a América

O poeta que escreveu a letra do hino acha que o Brasil é terra mais louçã (pode procurar no dicionário), mais alegre, mais famosa (garrida) do mundo.

“Brasil, de amor eterno seja símbolo” a bandeira tremulante (lábaro) que exibes (ostentas) cheia de estrelas estrelado. “E diga o verde-louro” (amarelo) desta bandeira (flâmula), “paz no futuro e glória no passado.”

Ah, sim: temos aqui um belo detalhe: de todas as letras de hino que pesquisamos na internet, só o hino alemão e brasileiro tem a palavra amor. E o hino do Brasil é também um dos únicos que não fala em vingança e nem quer beber o sangue do inimigo que, embora seja feito de seres humanos como os autores dos hinos, são sempre pessoas de sangue impuro, como na famosa Marselhesa, uma das letras mais rebarbativas de quantas pesquisamos.

Bobeou com o brasileiro, diz nosso modesto hino, a gente levanta (ergue) o tacape ou o porrete (clava) forte e, enfrenta até a morte para não fugir da luta em defesa da pátria. Como diz o Hino do Soldado brasileiro, a gente vai pra guerra “bem contente e feliz”.

Tudo bem, mas para terminar, podemos dizer aos nossos autores de hinos: “Menos, poeta! Menos!)


HINO NACIONAL BRASILEIRO

Parte I


Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

IV SEMINÁRIO JUVENTUDE E POLÍTICAS PÚBLICAS: Incentivos Culturais em Debate

IV SEMINÁRIO JUVENTUDE E POLÍTICAS PÚBLICAS: Incentivos Culturais em Debate

O Seminário abordará os fomentos culturais disponibilizados pelas três esferas de governo, promovendo encontros com seus responsáveis e com grupos já contemplados.

150 vagas Inscrições até 16/09 às 17h, na recepção do CCJ ou por e-mail: ccjredessociais@prefeitura.sp.gov.br


17/09 Quinta - feira

10h Ações pós fomentos: sustentabilidade para os grupos

Palestrante: Leila Novak - Instituto Papel Solidário
Grupo: Gastromotiva

14h Programas Municipais de Fomento: teatro, dança, cinema e iniciativas jovens

Palestrante: Maria do Rosário
Grupos: Frente 3 de fevereiro, Cia Sansacroma e Humbalada


18/09Sexta - feira

10h Programa de Ação Cultural- ProAC - Secretaria Estadual de Cultura

Palestrante: Antônio Rocha
Grupos: Associação Cultural e Educacional Movimento Hip Hop Revolucionário (MH2R), Celso Menezes e Capulanas Cia de Arte Negra.

14h Programas Federais de Incentivo à Cultura

Palestrante: Representante do Ministério da Cultura
Grupos: Nossa Tela, Ponto de cultura Cedeca Interlargos e Robson Bonfim


Mais informações sobre os grupos: http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br

Local: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso
Av. Deputado Emilio Carlos 3.641
Vila Nova Cachoeirinha
tel: 3984 2466

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

MILITÂNCIA NEGRA - ASSISTA

Vamos nessa Posse Conselho Municipal de Saude


Olá a todas e todos.

Tenho o imenso prazer de te convidar para a minha posse no Conselho Municipal de Juventude da cidade de São Paulo. Será muito importante sua preseça lá, vendo quem são os outros conselheiros e participando desta grande solenidade. Estará lá o Prefeito Gilberto Kassab, o Vereador Netinho de Paula (Presidente da Comissão Extraordinária da Criança e Adolescente e Juventude da CMSP) entre outros convidados e autoridades.
Será às 11h do dia 13/08/2009 (quinta-feira) na Câmara Municipal de São Paulo (Palácio Anchieta - Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista - São Paulo - SP). No Auditório Prestes Maia 1° andar. É muito facil chegar lá. Descer no metrô Anhagabaú e subir sentido Câmara Municipal.
Espero que vá passe a participar deste que será Conselho Municipal de Juventude de São Paulo.

Veja pra que serve o Conselho Municipal:http://www9.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/smpp/sites/saopaulomaisjovem/index.php?p=64

Veja quem são os conselheiros:http://www9.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/smpp/sites/saopaulomaisjovem/index.php?p=67


Fabrício Paz
Conselheiro Municipal de Juventude

Contato:

Twitter:Fabrício Paz
Blog:Fabrício Paz
Msn:fabriciolimadapaz@hotmail.com

domingo, 9 de agosto de 2009

Relatório mostra violência sexual contra crianças e adolescentes no RJ

Rio de Janeiro - Adital -
O Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro (PAIR), em levantamento inédito realizado no Rio de Janeiro, mostrou dados sobre abuso e exploração sexual, violência intra e extra-familiar e pornografia infantil no município de Belford Roxo, regO relatório foi realizado por estagiários da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio de cinco tipos de questionários direcionados para grupos específicos, incluindo população em geral, órgãos de defesa, Polícia Rodoviária Federal e órgãos de atendimento à saúde. Porém, segundo Valéria, o curioso é que os órgãos de saúde pública dizem que não recebem registros de casos desse tipo de violência.

Assim como em outras pesquisas, segundo Valéria Brahim, as meninas são as grandes vítimas da violência sexual, muitas delas com idade entre 0 e 6 anos. "O abuso sexual começa, geralmente, no seio familiar. É a chamada violência intra-familiar", explica a coordenadora. A violência passa a ser extra-familiar quando essas crianças crescem, passam dos sete anos. "Isso já se caracteriza exploração sexual", esclarece ela. Nos casos de exploração sexual, os agenciadores são pessoas fora do meio familiar. "Existem mulheres e até mães que violentam ou aliciam crianças", informa Valéria.

De acordo com o relatório, entre os casos de violência sexual, as origens mais citadas são: "Abuso sexual Intra-Familiar" e "Abuso Sexual Extra-Familiar". O sexo e a faixa etária das vítimas: são meninas entre 7 à 17 anos. Os violadores mais citados são: Pais ou padrastos, Avôs, Tios e Irmãos.

Em relação a origem dos casos registrados de violência sexual, 87% são denúncias e apenas 13% são notificação.

Segundo Valéria, as famílias carecem de intervenção do estado e até mesmo tratamento tanto para vítimas quanto para os criminosos. Para ela, a exploração sexual é uma estratégia de sobrevivência. "O poder público precisa realizar outras formas de apoio, renda, acompanhamento psicossocial. Em relação aos autores da violência é imprescindível dizer que precisam ser punidos, mas também precisam ser tratados", diz, explicando que alguns dados mostram que na maioria dos casos os violentadores já foram vítimas. "Mas, é claro que nem todos que sofrem violência vão se tornar futuros violentadores, e nem todos os criminosos já foram violentados", esclarece.

A coordenadora ressalta que o governo deve ter políticas de geração de emprego e renda, já que convém ao Estado dar condições às crianças. "A violação primeiro é do Estado, depois é da família".

Um dos principais locais onde é possível identificar se as crianças estão sendo violentadas é a escola, já que dentro do ambiente escolar, com amigos, e fora da problemática familiar, a criança deixa transparecer o que acontece em sua vida. Por isso, Valéria fala da importância em capacitar profissionais da educação, já que muitos não sabem como lidar com essa situação. De acordo com relatório, dos casos registrados 50% são encaminhados pela Secretaria de Educação.

O relatório apresentou sugestões de prevenção para aprimorar o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, como o trabalho nas escolas e atividades educativas; fortalecimento da família, atividades culturais para adolescentes e capacitação, além de divulgar, por meio de panfletos, informações sobre o problema.

No enfrentamento à violência, o relatório sugere ainda melhorar a condição de trabalho dos profissionais de defesa e de atendimento, além de ter um programa específico para atendimento das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. E, no âmbito das políticas públicas, é importante que o município tenha um Plano de Enfrentamento a Violência Sexual, amplie e fortaleça sua rede de atuação, além de receber maior investimento do Governo Federal.

"É importante ressaltar que a violência sexual é responsabilidade de todos", esclarece Valéria, justificando a necessidade de haver campanhas que alertem a sociedade. "Denunciar é importante, não fique omisso. É preciso responsabilizar o adulto. Quem se omite contribui para que o crime continue acontecendo".
Ela continua fazendo o apelo: "Denuncie, ligue para o Disque 100. A ligação é anônima, não há bina para registro de chamadas. No atendimento você recebe um número de protocolo que lhe permite acompanhar o caso".

PAIR
Pesquisas realizadas em 2004 por alunos da Universidade de Brasília (UnB) em municípios pilotos como Rio Branco (AC), Campo Grande (MS) e Manaus (AM) eram os primeiros passos da implantação do PAIR no Brasil. O plano começou efetivamente em 2005. Valéria Brahim informa que a metodologia aplicada é a mesma no país inteiro. O PAIR está presente em 17 unidades federativas brasileiras. Só no Rio de Janeiro já são quatro municípios que receberam ações do programa.

O objetivo do PAIR é chegar ao município, conhecer a realidade, fortalecer a rede local, deixar instaurado o Plano Operativo Local (POL), capacitar pessoas e, depois, deixar o município com políticas públicas próprias no enfrentamento da questão.

POL
O Plano Operativo Local (POL) é um plano de ação que vai tentar responder essas questões. Vai trabalhar na prevenção e oferecer defesa e responsabilização, em parceria com órgãos como Ministérios Públicos, Conselhos Tutelares etc.

Depois da capacitação, os agentes do POL voltam ao município para revisitarem e acrescentarem fatores ou modificarem o que for necessário, porque neste patamar, já tem ideia da realidade e dos problemas do local. O passo seguinte é convocar o Poder Público para assinar um pacto onde o município atuará sozinho nas medidas de acompanhamento, prevenção e atendimento aos casos de violência e exploração sexual, sobretudo, contra crianças e adolescentes. Uma comissão local é formada com representantes municipais, Juizado, Ministério Público e Conselho Tutelar.

"Exploração sexual é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente".

font e Adital

ião da Baixada Fluminense. Os dados foram apresentados no início deste mês pela coordenadora do PAIR no Rio, Valéria Brahim. Um dos objetivos dessa pesquisa foi mostrar que o problema existe e que é necessário que a sociedade tenha consciência que a exploração sexual pode acontecer ao seu lado.

De acordo com Valéria, Belford Roxo não apresentava dados suficientes sobre violência sexual em crianças e adolescentes, e um dos fatores que chamou atenção é que a cidade é cortada por uma rodovia federal, onde foram identificados pontos de exploração sexual. Com a pesquisa foi possível constatar a existência do crime.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Hábito entre adolescentes de tirar e postar fotos sensuais na internet preocupa o MPF

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A organização não governamental Safernet Brasil e o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo estão preocupados com o crescimento do chamado sexting (palavra originada de sex, que em inglês significa sexo, e texting, texto enviado por celular), modalidade entre os adolescentes de se fotografarem em poses sensuais, nus ou seminus, postando depois as imagens na internet ou enviando-as pelo celular.

“Esse fenômeno nos preocupa muito porque está numa fronteira muito tênue entre o que é ciberbullying, que são aquelas piadas agressivas entre os jovens, e o que pode ser considerado pornografia infantil. É a nova versão da paquera. O mexer no cabelo das meninas e dar uma piscadinha de olho numa festa ou ir a uma balada têm sido complementados por uma foto sensual [de partes do corpo ou seminus]”, disse o diretor de Prevenção e Atendimento da Safernet, Rodrigo Nejm.

Segundo ele, as fotos são enviadas pela internet ou celular para os paqueras dos adolescentes de forma inconsequente, “sem intenção de produzir nenhum tipo de pornografia”. Para Nejm, nesses ambientes, as imagens podem cair nas mãos de outras pessoas, que podem tirar proveitos das fotos ou utilizá-las em sites pornográficos.

“Infelizmente, muitos aliciadores e muitos consumidores de pornografia infantil recebem isso como um presente e colecionam essas imagens, colocando essas imagens num contexto de pornografia infantil”, afirmou Nejm.

Uma pesquisa feita pela Safernet sobre hábitos de navegação, e que ainda está em andamento em vários estados do Brasil, revelou que 13% dos estudantes adolescentes já publicaram fotos intimas na internet ou as enviaram por e-mail ou celular pelo menos uma vez uma vez na vida e mais 39% publicaram ou enviaram as fotos íntimas por mais de cinco vezes.

Em outra pesquisa sobre hábitos de segurança na internet, foi constatado que 38% dos jovens já foram vítimas de ciberbullying e 44% disseram que os amigos já foram vítimas de humilhações, piadas agressivas e ofensas (ciberbullying) ao menos uma vez.

Para orientar os educadores na prevenção e combate a esse tipo de crime na internet, a Safernet, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), lançou hoje (03) um kit pedagógico, contendo vídeos didáticos, histórias em quadrinhos, fichas pedagógicas com sugestões de atividades em salas de aula, além de uma cartilha com dicas para tornar o uso da internet mais seguro.

Entre as dicas oferecidas pela cartilha para navegar com segurança na internet estão o de não expor detalhes da vida pessoal ou dados como endereços e telefones na rede; evitar distribuir ou colocar fotos em sites de relacionamentos, blogs (páginas criadas pelo próprio usuário para postar suas ideias) ou enviá-los por e-mails (correios eletrônicos); tomar cuidado com o que escreve ou com as imagens que publica na rede; não responder às agressões e bloquear os contatos de agressores no celular, sites de relacionamento, chats (salas de bate-papo) ou e-mails.


Edição: Aécio Amado

Somente 40% dos jovens entre 15 e 24 anos recebem informações corretas sobre transmissão do HIV


Redação da Adital

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), somente 40% dos jovens entre 15 e 24 anos têm conhecimentos corretos sobre o HIV e sua forma de transmissão. A educação inadequada faz os jovens mais vulneráveis ao HIV, às doenças sexualmente transmissíveis (DST), à gravidez indesejada, e à exploração e aos abusos sexuais.



De acordo com o "Relatório sobre a epidemia mundial de aids de 2008 de ONUAIDS [Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS]", a situação é ainda pior porque adultos e crianças não falam abertamente sobre temas sexuais. "Para complicar a situação, os adultos, incluindo pais e professores, impedem frequentemente o diálogo aberto sobre temas sexuais, o que faz com que se aproximem da vida adulta enfrentando mensagens conflitivas e confusas sobre a sexualidade e o gênero", afirma a Organização.

Para combater este problema, a Unesco, em colaboração com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e outros organismos, elaborou um programa de "Diretrizes internacionais sobre educação sexual". As diretrizes têm o objetivo de ajudar na educação sexual de crianças e jovens, sendo, assim, uma importante ferramenta para os estudantes das escolas primária e secundária.

A intenção é que os jovens adquiram conhecimentos, habilidades e valores que lhes permitam tomar decisões sobre suas vidas sexuais. Os temas são tratados de maneira "apropriada para cada idade", respeitando, também, os valores culturais de cada pessoa. A ideia é que, assim, os jovens e as crianças "sintam-se livres para explorar suas atitudes e práticas".

As diretrizes são dirigidas para a educação e, para isso, apresentam também diretrizes internas, dirigidas aos profissionais da educação e da saúde, que incluem: "Um resumo do ‘conjunto mínimo básico’ de temas e objetivos de aprendizagem de um programa de educação sexual integral para idades compreendidas entre os 5 e os 18+ anos; uma análise atualizada dos dados sobre as intervenções de mudanças de comportamento dirigida aos jovens; assessoria técnica sobre as características dos programas efetivos e os passos que tem que dar para colocá-los em prática; e uma bibliografia de recursos úteis para os responsáveis de formular políticas, os médicos e os executores, recomendada pelos pesquisadores internacionais."

Segundo a Unesco, o objetivo é que antes de 2010 completem-se e ponham em prática as diretrizes internacionais para que, assim, as crianças e os jovens tenham mais acesso à informação e aos conhecimentos sobre os temas sexuais.

As "Diretrizes internacionais sobre educação sexual" estão disponíveis em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001832/183281e.pdf


Crédito da imagem: Agência UNB


(Envolverde/Adital)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Silencio dos justos

A frase de Martin Luther King: “O silêncio dos justos causa mais barulho que o tumulto dos violentos”, nos remete a luta dos afroamericanos pelos seus direitos civis, diferentemente, ao grito calado na garganta do povo afrodescendente do Brasil que desde já recebe o recado para o futuro de uma geração de jovens negros, principalmente, a partir da projeção de estudo estatístico -Unicef/UERJ – da morte de 33 mil jovens de 2006 até 2012 por conta da violência urbana, sem que se ouça qualquer contra-argumento de comoção pública na busca de “rotas de fuga” da circunscrição qual são alvos fáceis dos dados de vidas humanas na mira da violência numa clara condescendência dos justos para tal escalabro da condição humana. Qual opção se enquadra ao seu ponto de vista como causa principal para a projeção de um futuro tão sombrio para a infância na vulnerabilidade social que forma os valores do jovem alvo da estatística.
A sua participação pode ajudar a mudar o trágico futro reservado para milhares de jovens carentes, sem rotas de fuga, circunscritos pelas estatísticas da miséria da má vontade que nos imobiliza e oferece a interrogação de vida ou morte para o amanhã de toda uma geração. Se essa projeção de futuro magoa o seu coração que não quer se calar - vote - porque:

1- Participar ou não é uma questão pessoal;
2- Seu voto é secreto,;
3- Postar comentário é um exercício de cidadania;
4- Desejar inferir mudanças no destino de milhares de crianças e adolescentes é dever de todos;
5- O seu voto ou o seu comentário pode dar voz ao coro de cidadãos que não desejam ficar eternamente "refém do medo" generalizado imposto pela violência urbana determinando as relações socias dos seus vários agentes das questões mal- resolvidas da nossa historicidade.

LINK para o seu exercício de cidadania: http://projetomuquecababys.wordpress.com/category/enquetes/

domingo, 26 de julho de 2009

Livreto "Como falar sobre uso de álcool com seus filhos"

O livreto, lançado em 2005 pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) tem como objetivo informar pais e educadores sobre as melhores formas de se comunicar com crianças e adolescentes sobre o uso de álcool nas faixas etárias de 8-11 anos, 12-14 anos, 15-16 anos e 17-18 anos.

O material traz ainda informações sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos do álcool e as melhores formas de lidar com situações do cotidiano das crianças e adolescentes envolvendo o uso e o abuso de bebidas alcoólicas.
Para visualizar e fazer o download do livreto, clique aqui

. Distribuição em escolas

O livreto é distribuído em escolas da rede pública e privada de ensino de São Paulo. O projeto inclui palestras feitas por especialistas (psicólogos e psiquiatras) e tem o objetivo de alertar e auxiliar pais e educadores sobre como prevenir e falar sobre o uso de álcool com jovens e adolescentes.

O CISA recebe inscrições de escolas interessadas em desenvolver o projeto. Para mais informações mande um email para cisa@cisa.org.br ou ligue para 11-3842-3388.

sábado, 25 de julho de 2009

Adolescente negro tem quase três vezes mais risco de ser assassinado do que branco


Paula Laboissière, da Agência Brasil

Brasília - O risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos. É o que revela estudo divulgado hoje (21) pelo Observatório de Favelas, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).



A íntegra do estudo pode ser consultada na internet - http://www.unicef.org/brazil/pt/IHA.pdf

A pesquisa também indica que, para adolescentes do sexo masculino, o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior se comparado ao de mulheres na faixa de 12 a 18 anos. O estudo traz apenas comparativos por cor e gênero e não apresenta os índices de mortes entre jovens negros, brancos, do sexo masculino e feminino.

A coordenadora do Programa de Redução da Violência Letal do Observatório de Favelas, Raquel Willadino, traçou um perfil dos adolescentes que mais morrem por homicídio no Brasil: são meninos, negros e moradores de favelas ou de periferias dos centros urbanos. Segundo ela, há ainda forte relação com o tráfico de drogas.


(Envolverde/Agência Brasil)

Desespero...


Desespero...

Por Juliano Gonçalves Pereira

Não suporto mais...

Ver meu corpo negro manchado de sangue pelas machetes dos jornais e estatísticas nacionais.

Ver minha virgindade sendo jogada no lixo nas principais rodovias deste país.

Ver meus irmãos mendigando crack nos semáforos e serem maculados como vírus, câncer que precisam ser eliminados do organismo social.

Será que não importamos para esse país? Ou melhor, será que ainda continuamos não importando para essa terra como fizeram com nossos antepassados escravizados na África e trazidos para o Brasil? Às vezes tenho a impressão que pouco importamos a quem tem a obrigação de combater tamanhas atrocidades...

Não bastaram quase quatrocentos anos de escravidão, e um legado de sermos o mais perverso país das Américas a explorar a mão de obra negra escravizada...

Um tempo hostil, injusto, desumano, apregoado de formas perversas e insanas que feriram todos os princípios dos diretos humanos universais. Temos ainda que nos deparar em pleno Séc. XXI com ações letais que continuam a matar e escravizar esse povo negro que trouxe o progresso brasileiro nos braços, pagando muitas vezes com a vida o enriquecimento dos colonizadores.

Não suporto mais, chega!...

Chega de assassinatos, chega de bala perdida que tem preferência para o jovem negro da favela, chega de erros médicos que acomete em sua grande maioria o corpo escuro da mesa hospitalar, chega de ilegalidade, se o aborto perigoso mata preferencialmente a jovem negra que não possui recursos para fazê-lo de forma segura...

Chega!

Serão 33 mil adolescentes que perderemos até 2012 segundo a UNICEF/UERJ, se não intervirmos logo... Poderá ser meu vizinho, o teu filho, ou o garotinho que joga futebol na rua no final da tarde... Poderá ser teu filho mãe negra, meu afilhado, meu irmão... Poderá ser eu!

Não suporto mais tamanha dor, de ver meu povo mergulhado na pobreza e nos piores índices sociais, imersos em ideologias perversas, alienadoras e mentirosas...

É muita injustiça, muita falta de sensibilidade e vontade política...

Meu BRASIL acorda! Estamos sendo exterminados, existe uma máquina de matar que cerceia ainda hoje 121 anos após 13 de maio 1888 a liberdade do povo negro brasileiro.

Eu não suporto mais, tamanhas mentiras nos programas de TV, não suporto mais minha história ser maculada, bagunçada, inferiorizada, estuprada, vendida, subalternizada, nas novelas...

Meu povo me ajude que não suporto mais!

Meu desespero é latente, sufocante e me deixa impotente...

Não bastou sufocar-nos e explorar-nos como mercadorias durante o período escravocrata? Não bastou retirar de meus antepassados escravizados, o direito da liberdade, da constituição de família, de ter sua própria crença religiosa?

Deixaram-nos de fora de uma Constituição entendida como cidadã, que privilegia mulheres (legítimo), índios (legítimo), portadores de necessidades especiais (legítimo), pequenas empresas brasileiras (legítimo), crianças e adolescentes (legítimo), mas esqueceram de também fazer alusão ao povo que foi escravizado, que foi impedido de estudar, de ter saúde gratuita, assistência social, de ser remunerado pelo trabalho, esqueceram de mencionar quem mais precisa desta constituição, e ainda hoje nos impedem deste direto, nos interpelando de inserir-mos na Carta Magna brasileira pelo Estatuto de Igualdade Racial, com seu texto original que garante inclusão de fato do povo negro. Não bastou sujar nossa mente com teorias de auto-negação, com a privação da educação na primeira constituição brasileira, de atos perversos e impunes que distanciaram meu povo da cultura de acreditar no poder do conhecimento, que faz com que crianças e jovens, espalhados nas periferias do Brasil tenham como única referência o tráfico de drogas.

Não bastaram as mentiras sobre nossa capacidade intelectual, agora querem nos impedir de entrar na Universidade com igualdade de oportunidades, salvos, reconhecidos e assinados por Declarações Universais...

Oxalá, chega! Eu não suporto mais...

Entender um país de controvérsias, viver em um solo manchado com o sangue inocente negro, perceber um aparthait singelo, mesquinho que direciona as pessoas na sociedade pela geografia de seu corpo...

Não posso deixar essa terra para minhas filhas e filhos, não posso permitir que esse modelo de sociedade se postergue por mais tempo, é muita injustiça, muita exploração, muita desumanidade.

Meu coração aflito grita desesperado por socorro... Escute-me, ouça Brasil!!! Ouça este teu filho negro que só deseja um solo seguro e igualitário para teus semelhantes, que continuam sendo explorados e devastados pelo racismo, pelo machismo e por todas as mais perversas formas de discriminação...

Escute Brasil seu filho, antes que uma bala perdida atinja seu corpo negro, antes que o capitalismo o embranqueça, antes que a necessidade por comida e sobrevivência assalte e roube sua auto-estima e seus ideais. Escute! Antes que retirem sua aparência Afroafirmada para não mais ser mau tratado, discriminado, inferiorizado nas portas dos bancos...

Meu Brasil, escute teu filho que está desesperado por não saber mais como se comportar diante tantas injustiças, que chora durante a noite por um irmão que fatalmente mata e outro que fatalmente morre; Por uma irmã, muitas vezes ainda criança que entrega seu corpo por R$ 5,00 (cinco), R$ 3,00 (três) reais quando não são espancadas por estes monstros ladrões e exploradores dos direitos humanos, “violadores do significado de humano”...

Não agüento mais ver tudo isso! Gritar tantas barbáries, chorar desesperado em meu canto, e simplesmente ouvir que eu deva ter paciência. Não agüento mais sentir tudo isso! Por favor façam alguma coisa, pois estou morrendo...

Juliano Gonçalves Pereira é Negro, Educador Físico, Escritor, Compositor, Pesquisador, Conselheiro Municipal de Igualdade Racial, Membro do Centro Cultural Capoeirando, Membro da Rede Lai Lai Apejo - População Negra e Aids, Membro da Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra, Membro do Movimento Negro de Montes Claros/MG, Diretor da Comunidade Terapêutica para Dependentes Químicos Emanuel, Representante Coordenador pelo estado de Minas Gerais do Fórum Nacional de Juventude Negra.

Skype: juliano.espacos

Blog: http://juventudenegraempoderada.blogspot.com/

sábado, 18 de julho de 2009

IV Feira de Profissões

A IV Feira de Profissões-USP, campus capital, será realizada na Fundação Memorial da América Latina, localizada na Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda - São Paulo - SP , nos dias 4, 5 e 6 de agosto de 2009, das 9h30 às 16h30.

Durante o evento, que faz parte do programa A Universidade e as Profissões da Pró-Reitoria de Cultura Extensão Universitária, pretende-se ter a participação em massa dos estudantes de escolas públicas ou privadas, para que os jovens possam definir melhor a carreira que almejam seguir e ter mais informações sobre o futuro profissional.
veja neste link

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Prêmio Escola 2009 de incentivo à prevenção das DST/Aids e ao uso de drogas (oitava edição)


Prêmio Escola 2009 de incentivo à prevenção das DST/Aids e ao uso de drogas (oitava edição)


O Prêmio Escola 2009 se efetiva por meio de um concurso, que consiste na seleção das melhores histórias em quadrinhos concebidas por alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, inclusive por alunos de educação de Jovens e Adultos que atendam ao tema deste prêmio.

As escolas deverão levar em consideração os temas decorrentes que fundamentam o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, a saber: DST, aids, gravidez juvenil e uso de drogas.


Leia mais aqui.

domingo, 12 de julho de 2009

Embaixador da Unicef


O ator Lázaro Ramos foi nomeado hoje o mais novo embaixador do UNICEF no Brasil e vai ajudar a levar mensagens sobre a importância da garantia dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros.

O ator foi escolhido pelo UNICEF pela credibilidade que tem perante seu público e pela vinculação que consegue fazer entre sua agenda profissional – cheia de compromissos – e uma agenda social dedicada aos direitos de crianças e adolescentes brasileiros, principalmente aqueles em maior situação de vulnerabilidade. Lázaro conjuga o talento artístico com as qualidades pessoais para dialogar com a sociedade sobre o problema das desigualdades, do racismo e dos efeitos disso para todos.

Bastante conhecido nos meios culturais de Salvador e por seu trabalho no Bando de Teatro Olodum, ele alcançou o reconhecimento nacional por seu desempenho no cinema e, posteriormente, agregou mais popularidade com sua presença marcante em diversos programas e novelas na TV Globo.

Além de seu trabalho como ator, Lázaro produz, dirige e apresenta o programa semanal Espelho, exibido pelo Canal Brasil. Espelho é um programa de entrevistas sobre a cultura e a realidade negra brasileira. A valorização da diversidade é o tema central do programa.

Por conta de seu comprometimento com as questões sociais, Lázaro Ramos está envolvido em diversos projetos. Na cidade do Rio de Janeiro, ele procura envolver os estudantes do curso de audiovisual da Cufa (Central Única de Favelas) na produção do seu programa Espelho. A Cufa é uma ONG que trabalha em comunidades vulneráveis para promover a capacitação de crianças e adolescentes. Em 2008, Lázaro criou o projeto Ler é Poder, uma iniciativa de incentivo à leitura para crianças que moram em bairros da periferia de Salvador. Até o momento, já foram inauguradas cinco bibliotecas em diferentes bairros.

Lázaro Ramos nasceu no dia 1º de novembro de 1978, em Salvador, Bahia. Cresceu num bairro de classe média baixa e nele vivenciou e observou a realidade da qual fazia parte. Hoje, sua atuação profissional é impregnada por uma reflexão positiva sobre sua própria história de vida.

Ubuntu

Ubuntu: é uma antiga palavra Africana, cujo significado é "humanidade para todos". Ubuntu também quer dizer "Eu sou o que sou devido ao que todos nós somos".

recebido por
www.joseantoniodossantosdasilva.blogspot.com

13 DE JULHO DE 2009

13 DE JULHO DE 2009: 19 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O que temos a dizer??

O que conquistamos?

O que pretendemos?

1º ENCONTRO HIP HOP MULHER


1º ENCONTRO HIP HOP MULHER

25 E 26 DE JULHO DE 2009 em São Paulo.


FORMAÇÃO POLÍTICA

INTERCÃMBIO CULTURAL

OFICINAS TEMÁTICAS

ATIVIDADE ARTÍSTICA



www.hiphopmulher.com.br



PROGRAMAÇÃO

25/07/2009 (SÁBADO):

  • 10h (manhã) Painel de Abertura: Nosso papel é mudar!

Mesa: Kênia Tomac – Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo;

Ana Tomé – Centro Cultural da Espanha;

Eleílson Leite – ONG Ação Educativa;

Rúbia Fraga – Rapper;

Ana Clara Marques – Grafiteira;

Monique Mendonça dos Santos – B Girl;

Simone Lasdenas Wenceslau “Dj Simmone” – DJ (a confirmar);

Tiely Queen – Coordenadora do Projeto Hip Hop Mulher.

  • 12h:00m às 13h:00m: ALMOÇO;
  • 13h30m às 15h30m: 1ª OFICINA – “Respeito Acima de Tudo! – Diversidades”, com Valéria Melki Busin – Católicas pelo Direito de Decidir;
  • 15h30m: Intervalo – (projeção de curtas e café);
  • 16h00m às 18h30m: 2ª OFICINA: “Mulher e Política – Conquistando espaços de Direito” com Fernanda Papa – Fundação Friedrich Ebert.
  • 18h30m: Encerra o 1º dia.

26/07/2009 (DOMINGO):

  • 10h00m às 12h30m: 3ª OFICINA: “A mulher no Hip Hop, vozes pra causar!”, com Ana Lúcia Silva Souza – colaboradora da Ação Educativa;
  • 12h30m às 13h30m: ALMOÇO.
  • 14h00m às 16h30m: 4ª OFICINA: “Ler e Escrever – O Poder em nossas mãos!”, com Cidinha da Silva – escritora;
  • 16h30m: Intervalo – (projeção de curtas e café);
  • 17h00m às 19h00m: 5ª OFICINA: “Produção Cultural – Quando o lúdico se transforma em profissão.” com Nega Duda do Recôncavo (Cantora e compositora) e Giselda Perê (Artista e Educadora, integrante do Coletivo Agbalá).
  • 20h00m: FESTA DE ENCERRAMENTO (ABERTA AO PÚBLICO) – AS APRESENTAÇÕES SERÃO DEFINIDAS NA PRIMEIRA SEMANA DE JULHO.